Política

Lula afirma que recursos de países ricos não são um ‘favor’, mas uma ‘dívida’ com a humanidade

Presidente Lula ressalta que países ricos possuem responsabilidade histórica na poluição e degradação ambiental e defende contribuições financeiras como pagamento dessa dívida.

Histórico de poluição e responsabilidade ambiental

No dia 14 de agosto, durante uma transmissão em redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações contundentes sobre a responsabilidade dos países ricos em relação à preservação do meio ambiente. Para Lula, os repasses financeiros aos países em desenvolvimento, como o Brasil e o Congo, não devem ser considerados como favores, mas sim como o pagamento de uma dívida histórica resultante da poluição gerada ao longo dos últimos séculos de industrialização.

Responsabilidade histórica dos países ricos na poluição, segundo Lula

O presidente destacou que os países desenvolvidos tiveram um papel significativo na Revolução Industrial, o que os colocou à frente na geração de poluição e degradação ambiental. Eles foram capazes de desmatar vastas extensões de florestas muito antes de nações como o Brasil. Lula enfatizou que, como resultado dessa ação histórica, essas nações têm uma responsabilidade moral e financeira de contribuir para o desenvolvimento sustentável dos países que hoje lutam para preservar suas áreas naturais.

“A questão é simples de entender. Os países ricos ingressaram na Revolução Industrial muito antes do Brasil. Portanto, são responsáveis pela poluição global e pela destruição de suas próprias florestas, antes de nós. Agora, o que eles precisam fazer é contribuir financeiramente para que outros países possam prosperar”, afirmou Lula.

Lula
Foto: EFE/Andre Borges

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Compromisso com a mudança: contribuições financeiras como pagamento de dívida

Lula ressaltou que essa perspectiva foi endossada pelos países da Região Amazônica durante uma recente cúpula e que será levada à Cúpula do Clima nos Emirados Árabes Unidos no final deste ano. Ele expressou sua confiança em apresentar essa visão aos líderes internacionais, enfatizando que a contribuição financeira não é um gesto de ajuda, mas um pagamento de uma dívida que essas nações têm com o planeta Terra.

“Temos condições de chegar ao mundo lá nos Emirados Árabes e dizer o seguinte: ‘a situação é essa, queremos essa contribuição de vocês e isso não é favor, é pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra’.”

Meta de zerar o desmatamento e papel do Brasil

O presidente Lula também reiterou o compromisso do Brasil em alcançar a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Ele expressou o desejo de entregar a Amazônia com um registro de desmatamento zero. Esse compromisso se alinha com as preocupações crescentes sobre a preservação dos recursos naturais e o combate às mudanças climáticas.

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Transição ecológica e investimentos estrangeiros

Durante o programa “Conversa com o presidente”, transmitido pela TV Brasil e redes sociais do governo, Lula elogiou o plano de transição ecológica anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Além disso, ele expressou esperança de que os Estados Unidos, sob a liderança do presidente Joe Biden, investirão em iniciativas de transição energética no Brasil.

Equidade nas responsabilidades e contribuições

O presidente concluiu sua declaração reforçando que embora a preservação do meio ambiente seja um esforço coletivo, a divisão de responsabilidades deve levar em consideração fatores históricos. Países que participaram da Revolução Industrial e contribuíram para a destruição ambiental por um período mais longo devem ser mais ativamente envolvidos no financiamento das ações de preservação.

Alguns têm que ceder mais do que outros. Alguns [que participaram da Revolução Industrial] conseguiram poluir, destruir, há muito mais tempo. Essa gente tem que pagar um pouco mais. Temos que convencê-los disso. Temos que ser muito duros’, disse.

***O texto acima é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal S4.

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