Em um cenário econômico repleto de desafios e incertezas, as startups estão se reinventando na busca por financiamento. Um estudo recente da KPMG lançou luz sobre essa revolução, revelando que 6 em cada 10 empresas que conseguiram captar recursos este ano participaram de rodadas iniciais de investimento, como pré-seed ou seed. Isso não apenas surpreende, mas também indica uma reviravolta empolgante nas preferências dos fundos de investimento.
Antes, o mundo das startups era dominado por empresas que buscavam injeções de capital para crescer em ritmo alucinante, muitas vezes adotando estratégias de expansão extremamente agressivas. No entanto, agora, estamos testemunhando uma mudança marcante em direção a avaliações de mercado mais realistas e à adoção de estratégias de crescimento mais calculadas, priorizando a lucratividade e a capacidade de geração de caixa das empresas. Vitor Moreira, Managing Director da Oxygea, sublinha que as startups que já conseguiram chegar ao Produto Mínimo Viável (MVP) e encontraram seu nicho no mercado (Product Market Fit) são as preferidas dos investidores.
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Mas como as startups estão navegando nesse cenário?
Richard Zeiger, sócio da MSW Capital, a primeira gestora de Venture Capital no Brasil, oferece uma dica valiosa: os CEOs e CFOs das startups devem liderar suas próprias estratégias de captação. Delegar essa missão a terceiros pode não ser tão eficaz quanto se imagina. Os empreendedores corajosos precisam “colocar a cara a tapa”, se lançando ao mercado, conversando com o maior número possível de investidores e testando seus modelos de negócios.
Networking também é a chave para abrir portas no mercado de Venture Capital brasileiro, que é relativamente pequeno. Zeiger enfatiza que as recomendações e conexões pessoais podem ser um trunfo valioso na busca por investidores.
Por outro lado, Johnny Reitzfeld, CEO da Amicci, uma empresa de gestão e desenvolvimento de marcas próprias, destaca a importância da consolidação do negócio como a verdadeira medida de sucesso. Em anos anteriores, o foco estava em levantar rodadas sucessivas de financiamento, mesmo que isso não garantisse a construção de uma empresa verdadeiramente sustentável. Reitzfeld argumenta que a métrica de sucesso deve ser a segurança financeira e o retorno sólido do capital investido.
Igor D’Azevedo, CEO e cofundador da Inklo, uma fintech especializada em fornecer crédito para procedimentos de saúde, destaca que, embora o cenário de captação de recursos possa ser um campo minado, também oferece oportunidades empolgantes para empresas que desejam crescer de forma sólida e consistente. A Inklo recentemente completou com sucesso uma rodada pré-seed, arrecadando R$3,5 milhões, demonstrando que a adaptação estratégica é a chave para atrair investidores em tempos de mudança.
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A “primavera das startups” está em pleno florescer, com empresas se adaptando às condições econômicas atuais e adotando abordagens inovadoras para captar recursos. A ênfase agora é na lucratividade, geração de caixa e na construção de negócios sólidos. Para as startups em busca de investimentos, a estratégia de captação deve ser liderada pelos líderes da empresa, com ênfase na construção de relacionamentos e na criação de empresas sustentáveis. Essas mudanças refletem um ecossistema de startups mais maduro e resiliente, pronto para enfrentar os desafios econômicos em constante evolução. É uma primavera cheia de oportunidades e inovação.
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