Curiosidades

Taninha dos Milagres: A História Trágica e as Graças Divinas que Atraem Fiéis até Hoje

Taninha tinha apenas 4 anos quando foi brutalmente assassinada por mulher que tinha paixão doentia pelo pai da garota

No coração da zona norte do Rio de Janeiro, mais precisamente no cemitério da Penha, repousa uma história que transcende a tragédia e se mistura com o sagrado. Taninha dos Milagres, como ficou popularmente conhecida, ainda continua atraindo fiéis de diversas partes em busca de sua intervenção divina. No entanto, por trás dos milagres que se espalharam, esconde-se uma história sombria e perturbadora que marcou a vida dessa criança e de todos que a cercavam.

Tânia Maria Coelho Araújo, carinhosamente chamada de Taninha por seus familiares, teve sua vida interrompida de forma brutal e trágica aos quatro anos de idade. O ano era 1960, e nesse fatídico dia 30 de junho, a vida de Taninha foi ceifada por um ato de crueldade indescritível. A responsável por esse ato hediondo foi Neyde Maia Lopes, a amante do pai de Taninha, Antônio Couto Araújo.

Movida pela revolta da decisão de seu amante em se afastar, Neyde tramou sua vingança de maneira diabólica. Vestindo-se como a mãe de Taninha, Nilza Coelho Araújo, ela levou a criança até um abatedouro de bois. Foi nesse cenário macabro que Neyde tirou a vida da inocente Taninha, atirando friamente à queima-roupa na nuca da menina de apenas quatro anos. Mas a brutalidade não parou por aí. Movida pelo ódio, Neyde incendiou o corpo de Taninha, acrescentando ainda mais horror à cena já chocante.

A cruel atitude de Neyde lhe rendeu o apelido de ‘Fera da Penha’. A notícia do crime chocante ecoou por todo o país, estampando as manchetes dos principais jornais do Rio de Janeiro e deixando uma marca indelével na memória de todos que ouviram falar dessa história perturbadora.

Após sua condenação a 33 anos de prisão, Neyde cumpriu 15 anos atrás das grades antes de ser liberada, voltando a viver nas proximidades da família da criança que ela havia assassinado. Mesmo em liberdade, Neyde foi assombrada pelo peso de sua terrível ação. Moradores locais testemunharam suas visitas frequentes ao local do crime, onde ela supostamente alegava ser perseguida pelo espírito de Taninha e clamava por perdão.

A história de Taninha, porém, não termina com a tragédia. Anos após sua morte, uma exumação de seu corpo revelou um fato surpreendente: mesmo após ter sido incendiado por Neyde, o rosto de Taninha permaneceu intacto. Esse acontecimento misterioso deu início a um culto de devoção em torno da figura de Taninha, associando-a à santidade. Fiéis começaram a se reunir em seu túmulo no cemitério de Inhaúma, acendendo velas e deixando presentes em agradecimento pelas graças alcançadas através da intercessão da menina.

Embora muitos relatem ter obtido curas e intervenções divinas por meio da intercessão de Taninha, a menina ainda não passou pelo processo de canonização da Igreja Católica. Esse processo é reservado para reconhecer oficialmente a santidade de uma pessoa, com base em milagres comprovados e um rigoroso exame da vida da candidata à santidade.

Portanto, a história de Taninha dos Milagres continua a ecoar através das gerações, relembrando-nos que mesmo em meio à escuridão mais profunda, a luz da fé e da devoção pode brilhar. Seus milagres não comprovados podem permanecer como fonte de conforto e esperança para muitos, e a lembrança de sua vida trágica nos lembra da importância de valorizar a inocência e repudiar a crueldade.

***O texto acima é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal S4.

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