Sabe quem é o primeiro jogador de futebol a sair do armário?

Joshua John Cavallo, jogador de futebol australiano que atua como lateral-esquerdo e meio-campista central do Adelaide United, assumiu ser homossexual em um vídeo publicado nas redes sociais em 2021. O jogador, agora com 23 anos, foi o primeiro jogador em atividade a expor publicamente sua homossexualidade. 

Durante o vídeo, Josh disse “Tenho orgulho em anunciar publicamente que sou gay. Tem sido uma viagem para chegar a este ponto da minha vida, mas não podia estar mais feliz com a minha decisão de assumir a minha homossexualidade.”

O atleta acrescentou que lutou contra sua orientação sexual por anos e está feliz por colocar um fim no conflito. – “Tenho lutado contra a minha sexualidade há mais de seis anos, e estou contente por poder colocar um fim nisso. Tudo o que quero fazer é jogar futebol e ser tratado com igualdade”, frisou. 

Ele afirmou que o intuito da exposição, também, é mudar a mentalidade de outros atletas. 

“Quero ajudar a mudar isto, para mostrar que todos são bem-vindos no futebol e merecem o direito de assumirem o seu eu autêntico. É espantoso saber que atualmente não há futebolistas profissionais que assumem a sua homossexualidade, não só na Austrália como em todo o mundo. Espero que isto mude num futuro próximo. Poucos jogadores de futebol masculino de elite se revelaram gays durante suas carreiras. Na maioria das vezes, a revelação só vem muito próxima do fim da carreira (ou após a aposentadoria) por conta do medo de represálias.”

O anúncio de Cavallo foi celebrado e parabenizado por outros jogadores, como Piqué e Griezmann. Ao comentar a atitude do colega, Piqué escreveu em seu perfil: “Olá, Josh Cavallo, não tenho o prazer de o conhecer pessoalmente, mas quero agradecer-lhe por este passo que está dando. O mundo do futebol está muito atrasado e você nos ajuda a seguir em frente.”

Desde que se assumiu corajosamente, Cavallo tem usado a sua plataforma para lutar pelos direitos LGBTQ+ em todo o mundo, especialmente nos desportos.

No ano passado, o Campeonato do Mundo da FIFA teve lugar no Qatar, onde as relações entre pessoas do mesmo sexo não são apenas ilegais, mas podem ser puníveis com a morte.

“Temos países que ainda criminalizam a comunidade LGBTQIA+. A Copa do Mundo foi em um país onde nossas vidas estariam ameaçadas no ano passado.” 

Ele abriu as porteiras para mais jogadores acharem coragem de se assumir.

“Para o próximo Josh que quiser jogar futebol, é para aquele garoto que eu saí do armário.”

E ele acusa o machismo que existe no próprio preconceito: homens jogadores não podem ser gays, mas mulheres jogadoras são naturalmente aceitas como lésbicas. “Foi muito bom ver como as pessoas não se importavam com a sexualidade das jogadoras femininas. Quase metade delas eram LGBTQIA+ e isso não virou debate, como seria o caso se fossem jogadores homens e gays.”