Relembre: A falsa reportagem que abalou a carreira de Gugu

Falsa reportagem estremeceu imagem de Gugu na época

No início dos anos 2000, a guerra pela audiência teve um episódio que envolveu um dos maiores apresentadores do Brasil. Augusto Liberato, o Gugu, apresentava o programa “Domingo Legal” no SBT e, no dia 7 de setembro de 2003, o programa exibiu uma entrevista com supostos integrantes do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). A entrevista falsa foi realizada pelo repórter Wagner Maffezoli, na qual os supostos integrantes da facção criminosa faziam ameaças aos apresentadores José Luiz Datena (Brasil Urgente/Band), Marcelo Rezende (Repórter Cidadão/RedeTV), ao comentarista esportivo Oscar Roberto Godói e ao vice-prefeito de São Paulo Hélio Bicudo. Na “entrevista”, os supostos criminosos também se diziam responsáveis pela tentativa de sequestro do padre Marcelo Rossi ocorrida dias antes.

Logo após a exibição da reportagem, os jornalistas citados pelos supostos criminosos se pronunciaram sobre a exibição. Datena criticou duramente Silvio Santos, dono do SBT. No dia seguinte, no Brasil Urgente, disse que o SBT fazia um jornalismo baixo e que desse jeito “não vale a pena ter jornalismo mesmo”. Já Marcelo Rezende disse que a reportagem era “mentirosa e encenada”.

Datena fala sobre a reportagem exibida no “Domingo Legal”

3 dias depois, o Ministério Público abriu um inquérito para verificar a veracidade dos fatos apresentados pela reportagem. Um dia antes, no dia 9 de setembro, um dos líderes do PCC conversou com Datena por telefone e negou que os dois homens que apareceram na reportagem fossem do PCC, afirmando que Gugu teria armado tudo. Dias depois, Gugu concedeu uma entrevista para a apresentadora Hebe Camargo, onde disse que o vídeo era real, se desculpou com os ameaçados e se eximiu da responsabilidade, alegando não conhecer o conteúdo da reportagem e atribuindo a responsabilidade ao repórter Wagner Maffezoli.

Na conclusão do inquérito, a polícia afirmou que o vídeo teria sido forjado e que a produção do Domingo Legal teria recrutado dois atores que se encaixassem no perfil. O vídeo teria sido gravado no estacionamento do SBT, e a emissora foi multada, o programa suspenso, e Gugu foi processado.

Os prejuízos para a carreira de Gugu foram tremendos. A Petrobras cancelou um contrato de patrocínio que possuía com o apresentador no valor de quase 2 milhões. O programa foi proibido pela justiça de ir ao ar, e os envolvidos foram indiciados por apologia ao crime, incluindo os atores usados na reportagem, o produtor e o repórter Wagner Maffezolli.

O episódio marcou para sempre a carreira de Gugu, mesmo ele tendo continuado a fazer sucesso no próprio SBT e posteriormente na Record TV. No entanto, o episódio sempre foi lembrado como uma mancha na brilhante carreira de Gugu.

Infelizmente, não é possível reproduzir o trecho da “entrevista com integrantes do PCC” aqui, pois como mencionado anteriormente, a entrevista foi considerada falsa e forjada pela polícia. Portanto, qualquer reprodução seria imprecisa e inadequada.

Trecho da entrevista fake exibida pelo “Domingo Legal”
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