Saúde

Psicanalista Priscila Fidelis separa 7 dicas para amenizar a ansiedade em período de quarentena

Desde que o isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 chegou, muitas rotinas foram alteradas e a população precisou começar a se adaptar e buscar novos estilos de vida. Além disso, aumentou em grande proporção o número de pessoas com os mais variados transtornos de ansiedade causados pela necessidade lidar com a “nova realidade”.

Conforme dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira possui o transtorno. De acordo também com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com a pandemia os casos de ansiedade aumentaram 80%.

Rotinas alteradas, desemprego, notícias trágicas na televisão, incertezas financeiras, recordes diários de mortes, entre vários outros acontecimentos também são responsáveis por desencadearam agravantes de diferentes transtornos, tanto os de ansiedade, como fobias, Transtornos Obsessivos Compulsivos (TOC), estresse pós-traumático, ataques de pânico, entre outros.

A psicanalista Priscila Fidelis trabalha há cerca de quatro anos na área da saúde atendendo pacientes com os mais variados tipos de transtornos de ansiedade. Com a pandemia o número de atendimentos aumentou ainda mais. Para ela, muitos fatores contribuem para a piora de quadros de ansiedade.

“Infelizmente a taxa de mortalidade está aumentando muito, então é muita informação ruim, muita morte passando na TV. A gente acorda, passamos o dia com notícias ruins e vamos dormir com notícias ruins. Isso instala um medo constante e a ansiedade nada mais é do que o medo ativado o tempo todo. É o teu corpo entrando em defesa, querendo te defender”, aponta Priscila.

Design sem nome 22 Psicanalista Priscila Fidelis separa 7 dicas para amenizar a ansiedade em período de quarentena

Ao contrário do que muitos pensam, o transtorno de ansiedade não é tão simples de ser tratado e superado, mas ainda assim existem algumas ações que podem ser feitas diariamente para contribuir para que ele seja amenizado. Confira algumas dicas separadas pela psicanalista Priscila Fidelis:

1 – Criar uma rotina de alimentação e de sono

Nosso cérebro funciona com rotina. A partir do momento que desregula, não temos horário para trabalhar, para acordar, comer, dormir, o nosso cérebro fica confuso. Isso faz com o que a gente engorde, se alimente mal, durma menos, tenhamos insônia e começamos a pensar em coisas ruins. A gente tem que mostrar ao nosso cérebro que está tudo bem a partir da rotina.

2 – Alimentação mais saudável.

Quando temos ansiedade surge a vontade de comer doce, petiscos. É quase imediato. É preciso se regrar, ter opções mais saudáveis. Com o isolamento muita gente perdeu a rotina de ir trabalhar e ter uma vida ativa normal, até dos momentos de lazer, ou seja, estamos mais parados do que nunca. A alimentação é essencial para que o nosso organismo não sofra com isso, consequentemente, o sistema imunológico também. É imprescindível ter uma alimentação saudável, já que vários alimentos podem contribuir a ansiedade e depressão.

3 – Atividade física.

Não tem como fugir dos exercícios. Libera serotonina, endorfina, que são hormônios de prazer. Diante de tanta tensão, a gente precisa de prazer. Além disso, precisamos colocar nosso corpo na ativa, se não ele atrofia. Atividade física sem duvidas é essencial.

4 – Evitar cafeína e bebidas alcoólicas

No Brasil somos loucos por café, mas evitar um pouco seria o ideal. Vale optar por um descafeinado, para não acelerar tanto, já que estamos muito parados. E a bebida alcoólica também pode causar o mesmo efeito de euforia e ansiedade. Quanto ao café, claro que pela manhã sem problemas tomar para começar o dia, mas o ideal é tentar diminuir pela tarde e principalmente noite.

5 – Manter o contato social mesmo que online

O individuo precisa ter contato com outro individuo, ele precisa conversar, trocar ideias, falar sobre outros assuntos que não sejam sobre a pandemia. É necessário manter um contato social, mesmo que online. Não podemos ficar no mundinho tecnológico individual, precisamos usar a tecnologia nesse momento para conseguir chegar às pessoas e levar um carinho através das palavras. É sobre estar próximo mesmo estando longe. Manter esse contato é muito importante nesse momento.

6 – Limitar o acesso às notícias sobre a pandemia

Não dá para ficar vendo jornal de manhã, tarde e noite. Nosso cérebro não aguenta. Ele vai adoecer. Precisamos nos limitarmos a apenas ao básico das notícias, preferencialmente pela manhã, que é quando nosso cérebro recebe melhor as informações ruins e terá tempo de digerir até o nosso sono. Se pararmos para assistir ao Jornal Nacional, dificilmente vamos dormir, porque o nosso cérebro demora para processar tudo. Tentem ver as notícias na parte da manhã, opte por fazer outra coisa durante a noite.

7 – Respiração e relaxamento

Faça exercício de respiração, respire fundo. É preciso oxigenar o corpo e procurar coisas que relaxem a mente. É bom também ver o que você gosta de fazer, descobrir novos hobbies. Opte pelo máximo de coisas que relaxem a mente. Não é para ir para a netflix e ver uma tragédia, é para relaxar. O que te relaxa? Uma comédia, ler um livro leve, espiritualidade?  Cada um relaxa de um jeito. Não confunda entretenimento com relaxamento. O cérebro precisa relaxar, precisa se desconectar um pouco da realidade.

 

***O texto acima é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal S4.

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