Profissão Repórter 18/04/2023: Cenário de descaso e abandono na foz do Amazonas

Profissão Repórter mostra cenário de abandono na foz do Rio Amazonas

O Profissão Repórter desta terça-feira, 18 de abril, mostra o descaso e abandono na foz de um dos maiores rios do mundo, o Rio Amazonas.

A segunda reportagem da série ‘Pra Onde, Brasil’ aborda algumas metas de desenvolvimento sustentável da ONU para 2030, como: “Energia limpa e acessível”, “Água e saneamento básico” e “Saúde e bem-estar”. No estado do Amapá, 88% da população não tem rede de coleta de esgoto e 52% não tem acesso à água tratada. Durante dez dias os repórteres André Neves Sampaio e Nathalia Tavolieri e a repórter cinematográfica Gabi Vilaça, usaram o barco como casa e redação para chegar ao Arquipélago do Bailique, onde muitos brasileiros ainda vivem com luz de vela e são obrigados a captar chuva para beber água limpa.  

O arquipélago é formado por 52 comunidades e apenas uma, a Vila Progresso, tem uma Unidade Básica de Saúde que concentra o atendimento de todos os moradores da região. Quando tem combustível, uma lancha da prefeitura leva equipes de saúde até as comunidades. Os moradores carecem de atendimentos básicos, como vermífugos, vacinação, anti-inflamatórios e antibióticos para tratar doenças e inflamações.Morador da Vila Macedônia, pastor Quirino compara sua realidade a do bagaço de cana: “Nós somos tratados como um bagaço de cana, quando você espreme e não sai mais nada. Estamos sendo destruídos”, diz Quirino, que usa lanternas e velas para conduzir as orações noturnas na sua igreja.  

“Eu fiquei espantado. A beleza do maior rio do mundo em contraste com o completo abandono. Os moradores das comunidades sem luz, água e saneamento básico. Por mais que a Amazônia seja pauta quase que diária na esfera pública, os moradores carecem de atenção básica do estado”, conta o repórter André Neves Sampaio. Na capital Macapá, o cenário não é muito diferente. Na comunidade do Congós, a apenas seis quilômetros do centro da cidade, os moradores convivem com esgoto a céu aberto em meio às palafitas, além de problemas no abastecimento de água potável. “Não tem água. Tem torneira, mas não tem água”, afirma Jota, um dos moradores. Em meio ao que não parece ter solução, uma empresa social criou um projeto para levar água limpa até as residências.  

A repórter Nathalia Tavolieri diz que a reportagem foi a mais desafiadora que já fez pelo programa. “Em todos esses anos trabalhando no ‘Profissão Repórter’, nunca conheci pessoas tão desassistidas. São milhares de pessoas sem acesso à água potável, saneamento básico e energia. Em alguns momentos, pareceu que estávamos em uma viagem no tempo. Em fevereiro de 2023, presenciamos pessoas recebendo a primeira dose de vacina contra a Covid-19. Famílias que vivem no escuro há quase um ano. Crianças que, aos 10 anos de idade, não têm escova de dente e nunca foram ao dentista. Apesar de tanta tristeza e descaso, os moradores mostraram uma fé e uma resiliência muito inspiradores”, afirma Nathalia.  

A série “Pra Onde, Brasil” mostra, em cinco episódios, os problemas do país e os esforços para alcançar as metas estabelecidas pelas Nações Unidas até 2030.   O projeto está alinhado à Jornada ESG da Globo, que é signatária do Pacto Global, maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, e tem sua atuação pautada por compromissos alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.  

O Profissão Repórter começa logo após mais uma edição do BBB23, não perca!

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