O documentário cênico “O que sobrou”, que reflete sobre a herança deixada pela ditadura militar na sociedade, estreia, dia 13 de abril, no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana

Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, o espetáculo estabelece relações entre os anos de chumbo e episódios recentes  a partir da história de luta de três guerrilheiros políticos

Que heranças a sociedade brasileira carrega da ditadura militar? Por que os livros didáticos nos ensinam tão pouco sobre esse violento período da história recente do país? Como as gerações que nasceram após 1985 enxergam os anos de chumbo? O documentário cênico “O que sobrou”, que estreia dia 13 de abril no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, foi construído a partir de episódios reais para refletir e provocar debates sobre esses questionamentos. Com texto de Pedro Henrique Lopes e direção de Diego Morais, a peça parte de episódios retirados de livros, documentários e documentos históricos para estabelecer uma relação com cenas e personagens da vida contemporânea. A peça fica em cartaz até 5 de maio, com sessões às quintas e sextas-feiras, às 20h. O espetáculo tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Secretaria Municipal de Cultura, da Lei do ISS RJ e da Brookfield.

Inspirada no livro “Os fornos quentes”, de Reinaldo Guarany Simões, a dramaturgia se desenrola a partir da história de três personagens reais: o próprio Reinaldo, sua companheira, Maria Auxiliadora Lara Barcellos (a Dora), e Chael Charles Schreier. Integrantes de grupos que atuavam contra a ditadura, os três foram presos e barbaramente torturados. Chael morreu durante o interrogatório. Foi a primeira morte sob tortura durante a ditadura militar documentada e divulgada pela imprensa do Brasil. Reinaldo e Dora foram para o exílio no Chile e, posteriormente, para a Alemanha. No elenco do espetáculo, estão Julia Gorman, Pedro Henrique Lopes e Rodrigo Salvadoretti que, além dos três guerrilheiros, vivem diferentes personagens na encenação.

“O texto foi todo construído a partir de depoimentos e histórias reais. Todos os sentimentos e reflexões que os personagens externam na peça foram expostos por pessoas que viveram aquele período e passaram por perseguições e torturas”, explica o autor Pedro Henrique Lopes, que há mais de uma década estuda a ditadura militar. “Todas as pessoas da equipe criativa do espetáculo nasceram depois de 1985, quando terminou a ditadura. Não temos a pretensão de reconstituir os fatos, os atores aparecem como interlocutores de relatos e documentos. Buscamos entender como esses eventos políticos reverberam nas gerações atuais, na tentativa de incentivar um debate social, político e histórico”, acrescenta o diretor Diego Morais.

A peça é intercalada por músicas, como “Suíte do Pescador”, de Dorival Caymmi, cantada por presos nos porões do presídio Ilha das Flores em momentos de despedidas; “Corsário”, de João Bosco; “Canção Amiga”, de Milton Nascimento em parceria com Carlos Drummond de Andrade; e “Pequena memória para um tempo sem memória”, de Gonzaguinha. “Este não é um espetáculo musical. A música entra transbordando as emoções das personagens em alguns momentos, quando as palavras já não dão mais conta da situação vivida por eles”, conclui o diretor musical e ator, Rodrigo Salvadoretti.

Sobre Diego Morais

Nascido em Recife e radicado no Rio de Janeiro, o diretor Diego Morais tem uma carreira premiada no teatro e na televisão. No teatro, dirigiu “Vamp, O Musical” (2017 – indicado como Melhor Diretor de Teatro Musical no Botequim Cultural 2017), “Luiz e Nazinha – Luiz Gonzaga para Crianças” (2013), “O Menino das Marchinhas – Braguinha para Crianças” (2016, indicado como Melhor Diretor no Prêmio CBTIJ 2016 e no Botequim Cultural 2016), “Bituca – Milton Nascimento para Crianças” (2017 – premiado como Melhor Diretor no Botequim Cultural 2017), “Tropicalinha – Caetano e Gil para Crianças (2018 – premiado como Melhor Diretor no Botequim Cultural 2018), “Raulzito Beleza – Raul Seixas para Crianças” (2019), “Mojo Mickybo” (2019), “O Meu Sangue Ferve Por Você” (2009 e 2020), “Pimentinha – Elis Regina para Crianças” (2021), “Tchibum! – A Liga Aquática” (2021), “A Menina do Meio do Mundo – Elza Soares para Crianças” (2022). Além disso, Diego é curador artístico do teatro EcoVilla Ri Happy, um espaço totalmente voltado para o público infantil. No audiovisual, Diego atuou na direção de dramaturgia na TV Globo por 13 anos, onde dirigiu as novelas “Verão 90” (2019) e “Eta Mundo Bom!” (2016), e o programa de variedades “Simples Assim” (2020), além de ter integrado as equipes do filme “Os Normais 2”, dos seriados “Toma lá, Dá cá”, “A Vida Alheia” e “SOS Emergência” e das novelas “Malhação”, “Aquele Beijo”, “Guerra dos Sexos” e “Alto Astral”. Fora da TV, Diego fez a direção artística dos curtas metragens “Um Casal Normal” e “Transe”, e das animações “Pequenininhos”, “Música no Play” e “Dodó e Tatá”. Diego é também responsável pela conceituação e direção de vários “live events”, já tendo criado diversas experiências para empresas como Natura, Multiplan, Bondinho do Pão de Açúcar e Villa Mix.

Sobre Pedro Henrique Lopes

Pedro Henrique Lopes é autor e ator, já tendo participado de mais 30 projetos no teatro e no audiovisual.  Como roteirista e produtor executivo, criou as animações infantis “Dodó e Tatá” e “Pequenininhos”, e assinou os curtas “Transe” e “Um Casal Normal”. No teatro, Pedro assina os roteiros da comédia musical “O Meu Sangue Ferve Por Você”, a versão brasileira do espetáculo irlandês “Mojo Mickybo”, os espetáculos infantis “Detetives do Prédio Azul – O Mistério do Teatro”, “Tchibum! – A Liga Aquática”, “DPA – Seja um Detetive!”, “A Conferência dos Monstros” e “Galinha Pintadinha: Em Busca do Natal”, além de ser criador do projeto teatral “Grandes Músicos para Pequenos”, pelo qual recebeu os prêmios de Melhor Roteiro no Prêmio Botequim Cultural 2017 e Categoria Especial no Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil 2016, com os musicais “Luiz e Nazinha – Luiz Gonzaga para Crianças”, “Bituca – Milton Nascimento para Crianças”, “Tropicalinha – Caetano e Gil para Crianças”, Raulzito Beleza – Raul Seixas para Crianças”, “Pimentinha – Elis Regina para Crianças”, “A Menina do Meio do Mundo – Elza Soares para Crianças” e “O Menino das Marchinhas – Braguinha para Crianças”. Em parceria com o canal Gloob, Pedro fez roteiros e direção artística de todas as atividades do “Navio Gloob”. Além da carreira artística, Pedro é mestre em Marketing e Comportamento do Consumidor pela FGV, com Especialização em Design de Narrativas Audiovisuais pela PUC Rio, e bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO e em Turismo com ênfase em Gestão do Entretenimento pela UFF.

Sobre Julia Gorman

Atriz, cantora, musicista, diretora e roteirista. Graduada em Direção Teatral pela UFRJ, trabalhou como atriz em várias peças e musicais como “Mundo grampeado, uma ópera tecno-tosca”. de Marcus Galinha, “Hair”, de Moeller e Botelho, “Sucesso”, de Leandro Muniz, “Simbora, o musical” e “Show em Simonal”, de Pedro Brício, “Dançando no escuro”, de Dani Barros, “O frenético Dancin’ Days”, de Débora Colker, “Grandes encontros da MPB” e “Copacabana Palace, o musical”, de Sérgio Módena e Gustavo Wabner. NA TV, participou de várias séries nacionais como “Amor Veríssimo”, “Cara metade”, “Meu Passado me Condena”, “Sob Pressão”, “Homens”,  “Magnífica 70” e no cinema atuou nos longas “PodeCrer!”, “Calypso” e mais recentemente no filme “A Suspeita”, de Pedro Peregrino. Ganhou o prêmio Yan Michalski de melhor direção pela peça que escreveu e dirigiu “Afeta-me agora ou desaparecerei com o tempo” e o prêmio Zilka Salaberry de Melhor Atriz por seu desempenho na peça “Mas Por quê!? A História de Elvis” (2015).

Sobre Rodrigo Salvadoretti

Rodrigo Salvadoretti é músico, compositor e ator natural do Rio de Janeiro e sempre manteve uma relação intima com a música. Muito jovem fez uma carreira em bandas de rock alternativo e chegou a tocar no Rock in Rio com a banda Green Express no Palco Pepsi no ano de 2015 do festival. Nos anos seguintes, a carreira como ator ganhou uma expressão na cena cultural carioca e Rodrigo foi indicado a vários prêmios do teatro, vencendo alguns por espetáculos musicais de grande produção como “Merlin e Arthur – um sonho de liberdade” em 2018. Em 2019 protagonizou “Raulzito Beleza – Raul Seixas para Crianças” (indicado a melhor ator no prêmio CBTIJ) e como diretor musical venceu o festival Niterói em cena e o III festival de cenas curtas do Zimba.

Entre Entretenimento

A Entre é uma empresa de produção cultural e inovação em entretenimento fundada pelo diretor Diego Morais e pelo ator e dramaturgo Pedro Henrique Lopes. O objetivo da dupla é valorizar a cultura do nosso país através da criação e da viabilização de projetos inéditos e de alta qualidade artística que dialoguem com a história e as manifestações culturais do Brasil. Emoção, cultura, educação, história e momentos de extrema diversão estão na pauta dos projetos da empresa, assim como a criação de soluções culturais memoráveis para marcas, companhias e consumidores através de comprometimento artístico-cultural; inovações em marketing; soluções transmidiáticas e envolvimento social. Saiba mais em www.entreentretenimento.com.br.

TIJOLINHO:

O que sobrou. Drama. De Pedro Henrique Lopes. Dir. Diego Morais. Dir. Musical Rodrigo Salvadoretti. Com Julia Gorman, Rodrigo Salvadoretti e Pedro Henrique Lopes. (70 min). A partir da história real de três guerrilheiros, a peça reflete sobre a herança deixada pela ditadura militar na sociedade atual. Teatro Glaucio Gill:  Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana (tel.: 2332-7904). Quinta e Sexta-feira, às 20h. Classificação indicativa: 16 anos. Capacidade: 101 lugares. De 13 de abril a 5 de maio.

FICHA TÉCNICA:

Direção Geral: Diego Morais

Direção Musical: Rodrigo Salvadoretti

Texto: Pedro Henrique Lopes

Elenco: Julia Gorman, Rodrigo Salvadoretti e Pedro Henrique Lopes

Cenário: Diego Morais

Figurinos: Carol Burgo

Iluminação: Lucio Bragança

Operação de Som: Leonardo Carneiro

Assessoria de Imprensa: Racca Comunicação (Rachel Almeida)

Produtor Executivo: Pedro Henrique Lopes, Diego Morais e Heder Braga

Produção e realização: Entre Entretenimento

SERVIÇO:

O que sobrou

Temporada: De 13 de abril a 5 de maio

Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana

Telefone: (21) 2332-7904

Dias e horários: Quintas e sextas-feiras, às 20h.

Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada)

Lotação: 101 pessoas

Duração: 70 minutos

Classificação etária: 16 anos

Venda de ingressos: na bilheteria do teatro e no sitehttps://funarj.eleventickets.com/

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