Se engana quem pensa que a primeira consulta ginecológica deve ser feita somente após surgir algum desconforto ou até mesmo devido ao início da vida sexual. A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia recomendam que ela ocorra entre os 13 e 15 anos de idade da paciente, faixa etária mais comum para a primeira menstruação.
Entretanto, podem surgir dúvidas a essas jovens pacientes sobre o que elas serão questionadas ou até mesmo sobre o que perguntar ao especialista para que a consulta seja mais eficaz. Pensando nisso, o Portal S4 elaborou um guia com algumas orientações fornecidas pelos médicos ginecologistas Aline Teixeira Bueno Muniz e Vinícius Carruego.
“A consulta é o momento ideal para fazer todas as perguntas e esclarecer quaisquer dúvidas que você possa ter sobre sua saúde ginecológica. Caso sinta desconforto ou ansiedade, não hesite em comunicar ao especialista, isso ajudará a construir um relacionamento de confiança com o(a) médico(a) e garantir que suas necessidades sejam atendidas de forma adequada e respeitosa”, diz Aline.
HISTÓRICO MÉDICO
Você deve ser questionada sobre seu histórico médico, incluindo alergias e condições de saúde pré-existentes. Isso é importante para o ginecologista caso ele precise prescrever algum analgésico, antibiótico ou demais medicamentos.
HISTÓRICO MENSTRUAL
O médico perguntará sobre o início da menstruação, a regularidade do ciclo, duração e intensidade do fluxo menstrual, bem como sobre quaisquer problemas menstruais que você possa estar enfrentando. Nesse sentido, a paciente pode questionar como é um ciclo menstrual adequado.
O ciclo normal varia de 25-35 dias, fluxo de até sete dias, com discreta cólica. Algo fora disso é considerado sangramento uterino anormal/dismenorreia e deve ser investigado. Vinicius destaca que pacientes com distúrbio de coagulação, normalmente o descobrem pelo sangramento excessivo.
ATIVIDADE SEXUAL
Serão feitas perguntas sobre o início ou não da vida sexual, uso de contraceptivos e eventuais preocupações relacionadas ao assunto. Orientações também devem ser fornecidas por ginecologistas sobre os cuidados para evitar as infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
O especialista pode questionar sobre os métodos contraceptivos que você adota ou pretende utilizar e deve ressaltar que eles não substituem o uso de preservativos. Juntos, médico e paciente irão escolher qual método mais se adequa.
Vinicius alerta que as pacientes jamais devem tomar os anticoncepcionais da mãe ou das amigas, pois “cada pessoa é única e os hormônios são muito diferentes uns dos outros. [Nós, médicos] analisamos riscos, benefícios, efeitos colaterais, adesão ao método, dentre outros”.
SINTOMAS ESPECÍFICOS
É indispensável relatar eventuais sintomas ou desconfortos específicos para que o médico possa avaliar adequadamente o quadro e oferecer orientações. Entre eles estão distúrbios de sangramento, cólica e dor pélvica.
HÁBITOS DE VIDA
Contar sobre seu estilo de vida, dietas e hábitos alimentares, exercícios físicos, possível consumo de álcool e tabaco, para avaliar a influência desses fatores na sua saúde. “Assim é possível já intervir em vários problemas que essa paciente tem ou possa vir a ter”, explica Vinícius.