O movimento LGBT: uma visão geral, história e muito mais!
Aprenda e tire dúvidas sobre o movimento LGBT! Conheça sua história, conquistas e como abordar o tema no Enem!

O dia 28 de junho é comemorado como o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Sendo um importante movimento social em todo o mundo, o movimento LGBT ainda encontra muitos obstáculos enfrentados pelos governos e pela sociedade civil na proteção dos direitos mais básicos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.
Numa era de grande progresso científico, a sociedade continua mergulhada em questões como o preconceito contra a orientação sexual dos cidadãos. Nesse sentido, o movimento LGBT prima por diretrizes muito importantes para a sociedade. Mas você sabe do que realmente se trata o movimento, qual é a sua história e o que ele faz? Continue lendo este artigo para descobrir!
O que é o movimento LGBT?
O movimento LGBT é um movimento cívico e social que defende a aceitação das pessoas LGBT na sociedade. Embora não seja um movimento centralizado e organizado entre os mais diversos núcleos do mundo, existem muitas ONGs que atuam nesse sentido, prestando apoio e representação a esta parcela da sociedade.
O movimento LGBT sempre enfrentou ondas de preconceito e ódio, atuando em busca da igualdade social, seja por meio da conscientização contra a bifobia, homofobia, lésbica e transfobia, seja pelo aumento da representatividade das pessoas LGBT nas mais diversas áreas da sociedade civil.
É claro que, como todo e qualquer movimento social, o movimento LGBT, quando organizado, consistiu numa ampla rede de ativismo político e cultural, incluindo as agora famosas marchas de rua, bem como grupos de investigação centrados nos meios de comunicação, nas artes e nas artes. até mesmo acadêmico.
O significado de LGBT
LGBT é um acrônimo para Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti, Transgênero ou Transgênero. A sigla está em uso desde meados da década de 1990 e é considerada uma variante de LGB, e desde então tem sido usada para substituir o termo “gay” quando se refere à comunidade LGBT no final da década de 1980.
Dado que o termo “gay” não abrange nem representa toda a comunidade LGBT, os activistas da causa procuram acomodações que acomodem a mais ampla variedade de orientações sexuais e identidades de género existentes.
O principal objetivo da sigla LGBT é promover a diversidade cultural baseada na identidade sexual e nas questões de gênero. Atualmente, é usado para se referir a qualquer pessoa que não se qualifica como heterossexual ou cisgênero. Como resultado, diversas variações da sigla surgiram ao longo dos anos, tais como:
- LGBTQ – adicionando a letra Q, para aquelas pessoas que se identificam como queer;
- LGBTQI – adicionando a letra I, para incluir as pessoas que se identificam como intersexuais;
- LGBTQIA – adicionando a letra A como forma de incluir os assexuais, arromânticos ou simpatizantes (aliados);
- LGBTQIAPN – adicionando as letras P e N, para incluir pansexuais, polissexuais e pessoas não-binárias;
- LGBTQIAP+ – adicionando o sinal de “+”, procura-se atender e representar quaisquer outras pessoas que não se sintam incluídas em nenhuma das outras identidades cobertas pelas iniciais da sigla.
Vale ressaltar que essas são apenas algumas variações da sigla, portanto encontre referências utilizando siglas como LGBTI, LGBTIQ, LGBTPN, LGBTA, LGBTQA, etc. Portanto, a forma mais comum de se referir à comunidade é utilizando o termo LGBTPQIA+.
Movimento LGBT: história
Os primeiros registos históricos de homossexuais datam de cerca de 1200 a.C., por isso a maioria dos investigadores, estudiosos e historiadores afirmam que a orientação homossexual foi aceite em múltiplas civilizações. No entanto, em diferentes momentos e em diferentes partes do mundo, as pessoas LGBT foram e continuam a ser violadas, torturadas, mortas e os seus direitos negados.
Historicamente, as leis criminais contra a homossexualidade têm sido difundidas, com os primeiros registros disso datando do império de Genghis Khan, no século XIII. Lá, a sodomia resultou em pena de morte.
No Hemisfério Ocidental, sob forte influência do movimento da Inquisição Cristã, a primeira lei nesse sentido surgiu em 1533. A Lei da Sodomia em Inglaterra e o Código Penal em Portugal introduziram a Lei da Sodomia, e os tribunais eclesiásticos proferiram sentenças que poderiam levar à pena de morte.
Contra o pano de fundo da dominação britânica, portuguesa, espanhola e francesa de grandes partes do globo, o impacto desta legislação tendenciosa estendeu-se não apenas à Europa, mas a todas as colónias.
Os séculos seguintes também não mostraram grandes progressos e houve um genocídio em massa contra as pessoas LGBT. Por exemplo, durante o avanço do nazismo na Alemanha, as pessoas LGBT foram enviadas para campos de concentração e extermínio. Dois dos símbolos do movimento decorrem inclusive desse momento da história: o triângulo invertido rosa representa os homens gays, enquanto o triângulo invertido preto representa as mulheres “anti-sociais”, grupo que inclui as lésbicas.
As pessoas LGBT foram sujeitas a tortura, castração, terapia de choque, lobotomia e até violação corretiva, tudo sob a responsabilidade de médicos e psicólogos nazis que teorizavam que a homossexualidade era uma doença mental.
A homossexualidade foi um símbolo do progressismo no mundo ocidental até a década de 1960, quando a homossexualidade foi criminalizada em todos os estados dos EUA, exceto Illinois. Por exemplo, Alan Turing, um dos maiores pensadores de todos os tempos e pai da computação, foi castrado quimicamente pelo governo britânico em 1952 como punição, embora tenha trazido melhorias.
Em todo o mundo, algumas clínicas privadas oferecem serviços que prometem uma “cura gay” para não doenças, sob forte influência religiosa. Mesmo na década de 2010, as relações homossexuais são criminalizadas em mais de 73 países, 13 dos quais aplicam a pena de morte.
A Rebelião de Stonewall
Em 28 de junho de 1969, uma das mais importantes agitações civis da história eclodiu no Stonewall Hotel em Greenwich Village, EUA. Gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentaram as forças policiais no evento, que se tornou a base do movimento LGBT em todo o mundo.
O evento, apelidado de Stonewall Riot (“Stonewall Riot” em inglês), durou seis dias em resposta às ações arbitrárias e tendenciosas da força policial, que é frequentemente realizada em bares e casas noturnas gays de Nova York, incursões e buscas humilhantes. Cidade.
Uma das principais consequências da rebelião foi a formação de dois grupos importantes na história do movimento LGBT: a Frente de Libertação Gay (GLF) e a Aliança de Ativistas Gays (GAA).
Quanto à comunidade transgênero, embora não tenha havido consenso sobre eventos específicos, a publicação de 1952 de Travestia: The Journal of the American Dress Equality Association foi um marco importante na luta transgênero nos Estados Unidos. Sem contar que a própria Rebelião de Stonewall também contou com o envolvimento significativo de duas travestis: Sylvia Rae Rivera e Marsha P. Johnson.
Por fim, a articulação do movimento lésbico ganhou muita força na segunda onda do feminismo, que se estendeu pelas décadas de 1960 e 1980. No próprio movimento feminista, a crescente tensão entre mulheres heterossexuais e mulheres lésbicas significou que, pelo menos, elas se auto-organizaram para as suas próprias lutas.
Hoje, o movimento LGBT abrange diferentes orientações sexuais e identidades de género, por isso, mesmo sem uma organização central, pode fazer avançar a luta pelos direitos civis nas comunidades em múltiplas frentes.

Movimento LGBT no Brasil
O movimento LGBT brasileiro nasceu num cenário de severa repressão e injustiça social sob a ditadura militar de 1964 a 1985. Portanto, a presença de diversas publicações LGBT como os jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana foi crucial para o seu crescimento e maturidade. esporte brasileiro.
O jornal Lampião da Esquina foi lançado em 1978 e embora também trate de outras questões sociais importantes, é abertamente gay. Uma de suas principais ações é condenar a violência contra pessoas LGBT.
Três anos depois, em 1981, um grupo de lésbicas fundou o jornal ChanacomChana, que era vendido e distribuído no Ferro’s Bar, famoso bar lésbico. As mulheres foram despejadas em 1983 sem a aprovação dos donos dos bares, desencadeando um ato político que deu origem ao que ficou conhecido como o “Stonewall Brasileiro”. Como o levante levou ao fim da proibição de venda da ChanacomChana, o dia 19 de agosto marca um marco na comemoração do Dia do Orgulho Lésbico em São Paulo.
Movimento LGBT: objetivos
Por não ser um movimento centralizado, sem organização e lideranças claras, é difícil dizer exatamente quais são os principais princípios norteadores do movimento LGBT. Isto deve-se principalmente ao facto de os diferentes contextos sociais e políticos de cada país exigirem ações diferentes. No entanto, os movimentos em todo o mundo partilham vários objetivos, tais como:
- criminalização da LGBTfobia;
- fim da criminalização da homossexualidade e das penas correlatas;
- reconhecimento social da identidade de gênero;
- fim do tratamento das identidades trans como patologias;
- fim dos tratamentos de “cura gay”;
- casamento civil igualitário;
- permissão para casais homoafetivos adotarem crianças;
- respeito à laicidade do Estado e fim da influência religiosa nos processos políticos;
- políticas públicas pelo fim da discriminação;
- fim dos estereótipos LGBT na mídia e representatividade da comunidade nos meios de comunicação.
Conquistas do movimento LGBT
O movimento LGBT conquistou muitas coisas ao longo das décadas. No Brasil, até a década de 1980, a chamada “homossexualidade” (sufixo -ismo usado para se referir a uma doença) ainda era considerada um distúrbio sexual pelas leis sanitárias do Instituto Nacional de Assistência Médica e Seguridade Social.
Assim, em 1981, o Grupo Gay da Bahia lançou uma campanha nacional pela despatologização da homossexualidade, que venceu no Conselho Federal de Medicina em 1985. Este processo aconteceu cinco anos antes de a Organização Mundial da Saúde retirar a homossexualidade da sua lista de doenças internacionais.
Ainda na década de 1980, o movimento LGBT, por meio do Grupo Triângulo Rosa, defendeu o uso do termo “orientação sexual” contra a “seleção sexual” até então utilizada na sociedade, especialmente em políticas que proíbem a discriminação. Apesar de não ter conseguido isso em nível nacional, o termo passou a fazer parte da legislação municipal e estadual.
A parada do orgulho LGBT também é uma conquista importante para o movimento no Brasil, reunindo grande público a cada ano e trazendo mais visibilidade para a comunidade.
As uniões civis estáveis e os casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo estão entre as mais recentes e importantes conquistas do movimento LGBT no Brasil. Em 2013, o Conselho Nacional de Magistratura legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A cirurgia de redesignação sexual, também conhecida coloquialmente como “mudança de gênero”, para passar do fenótipo masculino para o feminino, começa a ser autorizada pelo Conselho Federal de Medicina. Portanto, desde 2008, o Sistema Único de Saúde (SUS) presta serviços cirúrgicos aos brasileiros.
Em 2010, o processo de reatribuição dos fenótipos femininos aos masculinos foi aprovado e começou a ganhar atenção das redes públicas de saúde. No entanto, a lista de espera pode ultrapassar 20 anos, por isso a maioria das pessoas procura soluções privadas quando pode pagar.
A utilização de nomes sociais e alterações no registro civil de pessoas trans e travestis é outra conquista importante do movimento LGBT. Os nomes sociais são permitidos no SUS desde 2009 e permitidos no Enem desde 2013. Em março de 2018, o STF decidiu permitir que pessoas trans alterassem seus registros de nome e gênero por meios oficiais e autenticados.
Bandeira do movimento LGBT
Representado pela bandeira com as cores do arco-íris, o movimento LGBT é um dos símbolos mais famosos do mundo. Criado em 1978 pelo artista americano Gilbert Baker, tornou-se popular como símbolo do orgulho gay.
Segundo alguns estudiosos, o artista se inspirou na cultura hippie, que via o arco-íris como um símbolo de paz, assim como na música “Over the Rainbow”, que apareceu no clássico filme “O Mágico de Oz”.
Como o movimento LGBT pode cair no Enem
O movimento LGBT pode estar presente no Enem de diversas formas. Os mais comuns são os temas abordados em provas escritas, muitas vezes de cunho social e de interesse das pessoas. Como tal, o teste tem o potencial de pedir aos candidatos que proponham soluções públicas para a discriminação contra pessoas LGBT.
No “Enem” de 2018, porém, o movimento LGBT foi apresentado de forma diferente. Na prova de idioma, uma questão tratava do “Pajubá”, dialeto usado por alguns membros da comunidade LGBT, mais especificamente travestis.
Por ser um assunto muito debatido, a questão não exige conhecimento de terminologia, mas sim a capacidade de interpretar textos para identificar a herança linguística de um determinado grupo social como uma característica exigida para os dialetos, portanto Pajuba é simplesmente uma questão para concretizar exemplo.
O movimento LGBT enfrenta uma das suas lutas mais ferozes e violentas apenas para garantir que os seus direitos básicos sejam garantidos. Embora muito tenha sido alcançado nas últimas décadas, ainda há necessidade de continuar a aumentar a conscientização, especialmente considerando que o Brasil é o país com o maior número de assassinatos homossexuais no mundo.
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