O estado de Kerala, localizado no sul da Índia, anunciou nesta quinta-feira, 14, uma série de medidas em resposta à detecção do vírus Nipah, que é transmitido por morcegos e porcos e pode causar febre mortal. Duas pessoas já morreram e outras três testaram positivo para o vírus na região.
O governador de Kerala, Pinarayi Vijayan, emitiu um comunicado pedindo aos habitantes que sigam rigorosamente as diretrizes de segurança. Ele enfatizou a importância da cautela diante dessa situação e destacou que não deve haver pânico.
Este é o quarto surto de Nipah registrado na Índia. O primeiro surto no estado de Kerala, em 1999, resultou na morte de 21 dos 23 infectados. Os surtos subsequentes em 2019 e 2021 foram menos letais, com apenas duas vítimas fatais em cada um.
A ministra da Saúde de Kerala, Veena George, informou que especialistas foram mobilizados para coletar amostras de fluidos de morcegos e árvores frutíferas em áreas florestais que podem ser pontos de propagação do vírus. O estado está em um estado de alerta elevado, com quase 800 pessoas testadas nas últimas 48 horas apenas em um distrito.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o Nipah como uma doença prioritária devido ao seu potencial epidêmico e à ausência de tratamentos conhecidos. O vírus é transmitido por morcegos infectados e pode ser transmitido entre pessoas ou mesmo pelo consumo de alimentos contaminados.
Conheça o vírus Nipah
O vírus Nipah foi identificado pela primeira vez em 1999 durante um surto na Malásia e Singapura, onde foi transmitido de porcos para humanos. Desde então, casos da doença foram registrados em Bangladesh e na Índia, geralmente associados ao consumo de frutas contaminadas com excrementos de morcegos.
A taxa de letalidade do vírus Nipah varia de 40% a 75%, de acordo com a OMS, e os sintomas incluem febre, dores musculares, dor de cabeça, náuseas, tontura, sonolência, encefalite (inflamação do cérebro), convulsões e pneumonia atípica.
Atualmente, não existem tratamentos específicos ou vacinas para a infecção por Nipah, e as medidas de prevenção incluem evitar o contato com animais infectados, o consumo de carne mal cozida, bem como o uso de máscaras e luvas ao lidar com pessoas suspeitas de infecção. A higienização das mãos também é fundamental para evitar a disseminação do vírus.
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