Lula Sanciona Lei Que Autoriza Ozonioterapia Como Procedimento Complementar

A nova lei estabelece critérios rigorosos para a aplicação da ozonioterapia

Uma nova lei sancionada pelo presidente Lula (PT) nesta segunda-feira (7) trouxe regulamentações específicas para o uso da ozonioterapia, uma técnica que utiliza ozônio para fins terapêuticos. A legislação estipula que a ozonioterapia poderá ser empregada apenas como um procedimento de caráter complementar, sujeito a certas condições.

A controvérsia em torno da ozonioterapia veio à tona durante a pandemia de Covid-19, quando o prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), defendeu seu uso, apesar da ausência de evidências científicas que comprovassem sua eficácia contra o coronavírus.

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A nova lei estabelece critérios rigorosos para a aplicação da ozonioterapia:

Atualmente, diversas clínicas em todo o país oferecem a ozonioterapia como tratamento para várias condições médicas, mesmo sem evidências científicas que respaldem sua eficácia, como reportou a BBC News Brasil.

A Anvisa, no entanto, recomenda o uso da ozonioterapia apenas para tratamentos odontológicos ou com finalidades estéticas. As áreas indicadas incluem:

Veja: LEI Nº 14.648, DE 4 DE AGOSTO DE 2023

Na semana anterior à aprovação da lei, a Anvisa reiterou à BBC que a regulamentação não traria mudanças substanciais na forma como a técnica é indicada. Isso significa que a recomendação continuará limitada a essas aplicações específicas.

A Anvisa também enfatizou que empresas que desejem regularizar novos equipamentos para usos adicionais deverão apresentar estudos clínicos que comprovem sua eficácia e segurança. O uso de dispositivos não autorizados pela agência ou para finalidades não especificadas é considerado uma infração sanitária.

Questionamentos

Entidades médicas têm questionado a regulamentação da ozonioterapia por meio dessa nova lei, argumentando que a técnica carece de evidências científicas que a sustentem como tratamento eficaz.

A Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz) defende a técnica como uma alternativa para diversos problemas médicos, como feridas associadas a problemas de circulação, úlceras diabéticas e queimaduras. No entanto, críticos no campo médico levantam dúvidas sobre sua eficácia, apontando a falta de estudos científicos como prova de sua ineficácia.

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Ausência de pesquisas

Entidades respeitadas no meio médico, como a Academia Nacional de Medicina (ANM) e a Associação Médica Brasileira (AMB), expressam ceticismo em relação ao uso terapêutico do ozônio. A ANM destaca a ausência de pesquisas confiáveis que confirmem a eficácia da ozonioterapia em qualquer cenário médico, alertando também sobre possíveis riscos à saúde dos pacientes.

Apesar de fazer parte do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2018, o Ministério da Saúde recomenda a rejeição da nova lei com base nas mesmas preocupações. No entanto, o Ministério somente oferece a ozonioterapia para tratamentos odontológicos.

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