Lucas Santtana lança novo álbum solo com forte apelo ambiental
“O Paraíso” une canções para modificar à nossa maneira de pensar e estar no planeta
Um álbum militante, com toques sonoros inventivos, que misturam música brasileira, jazz e eletrônica, assim é “O Paraíso”. Disco que trata de temas urgentes, como a crise climática e a consciência ambiental.
O nono álbum autoral do artista, surgiu durante a pandemia onde o compositor se dedicou a leitura de livros que lhe despertaram não só para a urgência do momento em que estamos vivendo como também para a beleza da qual somos parte.
“Todas as vezes que saímos de férias para um lugar extremamente belo próximo da natureza, é comum dizermos: Que paraíso! De alguma maneira intuitiva entendemos o lugar em que vivemos e a profusão da vida ao nosso redor. O que nos falta é mudar a pergunta shakespeariana Who am I? (Quem sou eu?) para Where am I? (Onde estou?)”, afirma Lucas Santtana.
“O Paraíso”, de Lucas Santtana, desdobra-se em dez canções, oito delas inéditas e duas versões, para falar da vida sobre a Terra. O álbum soa orgânico, como evoca o seu título, e suas metamorfoses sonoras apagam a linha divisória do que é acústico ou eletrônico. Não existem loops nem samples, todas as faixas foram tocadas.
Participam desse ecossistema criado por Lucas, as percussões de Zé Luís Nascimento, uma mistura da sutileza de Naná Vasconcelos com a potência da nova percussão baiana, os sopros dos jazzistas Remi Sciuto e Sylvain Bardiau, a maestria do cello de Vincent Segal, os sintetizadores e marimbas de Fred Soulard e a voz e violões de Lucas Santtana. O álbum ainda traz as participações especiais das cantoras Flavia Coelho e Flore Benguigi (banda L’imperatrice)
“O Paraíso” foi gravado e mixado por Fred Soulard em Paris, com esses músicos da cena local, um pedido da sua gravadora francesa No Format, já que Lucas, no momento, reside na França. Desde 2012, o músico brasileiro lança álbuns e realiza turnês pela Europa.
Lucas é conhecido por sua inventividade sonora. Mas é através da palavra, que já vinha ganhando protagonismo em seus últimos trabalhos “Modo Avião” e “O céu é velho há muito tempo”, que “O Paraíso” reafirma essa nova fase no processo criativo do cantor e compositor. Dessa vez para falar da vida sobre a terra.
“Mais do que um alerta ativista sobre o fim do mundo, O Paraíso tenta abrir os ouvidos e corações de todos para o fato de que a Terra é o único planeta habitável do sistema solar. Se existe algum paraíso, já é aqui. Onde somos parte de um imenso bioma, também chamado de biosfera, propulsor da vida que se dá, não por competição, como diziam os Darwinistas, mas por simbiose e cooperação. Em um mundo fragmentado e exaurido, conectar-se com os outros seres aqui presentes é a única forma de sobre-viver.” diz Lucas Santtana
Sobre Lucas Santtana:
Nascido no ano de 1970, na cidade de Salvador, Lucas Santtana é filho de Roberto Sant’Anna, produtor dos Tropicalistas (Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé). Em 1993, Lucas foi chamado para tocar nos álbuns Tropicália 2 e Gilberto Gil Unplugged, antes de navegar no som de Chico Science e Nação Zumbi (Manguetown 1996). Em 2000, publicou o seu primeiro álbum, Eletro Ben Dodô, enquanto compunha para grandes nomes da MPB, como Marisa Monte, Daniela Mercury, Céu e muitos outros. De lá para cá, são 9 álbuns de estúdio e diversas trilhas sonoras para o cinema e o teatro.
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