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Jovem diz ter sido espancado em terminal rodoviário de Ribeirão Preto, SP, por ser gay

Na última quarta-feira, 10 de abril, um jovem de 23 anos que trabalha como agenciador de modelos foi agredido enquanto estava dentro de um banheiro de um terminal rodoviário em Ribeirão Preto, SP, a agressão segundo o jovem teria sido devido ao fato dele ser gay.

O caso da agressão contra o jovem Felipe Nadalin Vieira ocorreu no momento que no intervalo entre uma linha e outra ele resolveu descer do ônibus onde era passageiro e seguir até o banheiro do terminal rodoviário o qual o ônibus estava naquele momento, enquanto utilizava o banheiro ele teria sido abordado pelo homem que o agrediu.

Felipe teria tentado sair do local após a abordagem do agressor, mas ao tomar essa atitude teria sido atingido por um soco que o fez parar do lado de fora do banheiro.

“Quando passei do lado dele, para poder sair, ele logo me empurrou e deu o primeiro soco. Ele voltou e me deu mais um soco e depois o terceiro soco. Comecei a me defender, até mesmo sair, tentar correr, foi quando ele me empurrou da última vez e eu caí no chão”, relembra.

Segundo a vítima ele continuou sendo agredido pelo agressor que seria um andarilho até que passageiros e funcionários do terminal rodoviário viessem em seu auxilio e conterem o agressor, após o ocorrido Felipe teria saído correndo do local e seguido para o interior de um ônibus urbano com linha para o bairro Jardim Nova Aliança.

“Quando passei do lado dele, para poder sair, ele logo me empurrou e deu o primeiro soco. Ele voltou e me deu mais um soco e depois o terceiro soco. Comecei a me defender, até mesmo sair, tentar correr, foi quando ele me empurrou da última vez e eu caí no chão”, relembra.

Felipe após ter chego ao seu local de trabalho bastante ferido devido as agressões teria sido levado por amigos ao 4º Distrito Policial onde registraria um boletim de ocorrência sobre a agressão sofrida, porém ao chegar ao local um funcionário teria se recusado a registrar o boletim de ocorrência devido a ausência de provas.

“Quando eu cheguei, estava abalado. Ele explicou que não poderia fazer o boletim de ocorrência porque não tinha nenhuma prova, não tinha como provar para ele o que tinha acontecido. Ele falou, ‘liga para Polícia Militar’”, afirma.

Diante daquilo que o funcionário do local lhe orientou Felipe ainda em frente ao 4º Distrito ligou ao 190 e na ligação foi orientado a retornar para o terminal rodoviário onde o caso ocorreu e aí sim retornar a ligação, o agenciador afirma que teve medo de reencontrar o agressor, e optou por buscar socorro em uma unidade de saúde, mas, no meio do caminho, encontrou uma equipe da PM.

“Eu parei e perguntei para o policial, mostrei que estava machucado e tudo mais, e ele disse novamente para eu retornar ao local onde tinha acontecido a agressão. Ele disse ‘não vai ser rápido, a gente está com pouca viatura’. Ele ainda me disse isso”, reclama.

Diante das dificuldades para registrar o caso, Felipe decidiu seguir à Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) do bairro Quintino Facci II, próximo à casa onde mora.

No local ele passou por exames, foi medicado e liberado. Já em casa, o agenciador publicou um desabafo no Facebook, que viralizou.

Nesta sexta-feira,12 de abril, a postagem tinha 2,5 mil comentários e 4,4 mil compartilhamentos. O agenciador conta que uma funcionária da Polícia Civil entrou em contato com ele e disse para que insistisse no registro do boletim de ocorrência.

Após a ligação da funcionaria da Polícia Civil, a vítima voltou ao 4º Distrito Policial e conseguiu registrar a ocorrência, sendo encaminhado para exame de corpo de delito. A investigação será conduzida pelo 3º Distrito Policial, mas o agressor ainda não foi identificado.

“Eu conheço ele, sei quem é. Eu dava grana para ele todos os dias. Eu colocava meu passe e dava as moedinhas do troco. Ele é conhecido da galera, é alto, tem olho claro, todo mundo conhece. Acho que estava sob o efeito de crack”, diz Vieira.

Após a repercussão do caso, o agenciador afirma que foi procurado por ONGs que lhe ofereceram apoio psicológico e jurídico. Com medo de ser novamente agredido, Felipe retornou para a casa da família, em uma cidade vizinha a Ribeirão Preto, SP.

“Acho que é muito importante outras pessoas verem que isso realmente acontece, porque muita gente não acredita. Por ser interior, geralmente ninguém acredita que isso acontece, mas acontece”, desabafa.

Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que, “na data e local do fato não foi localizada a citada solicitação, o que dificulta a verificação das circunstâncias que ocorreram o fato narrado pelo denunciante”.

A PM orienta o jovem a formalizar a reclamação na Seção de Polícia Judiciária e Disciplina, no bairro Ribeirânia, para que seja instaurado um procedimento apuratório interno.

Já a Delegacia Seccional negou as afirmações feitas por Felipe, destacando que o boletim de ocorrência foi registrado junto à Central de Polícia Judiciária Sul, composta pelos 4º, 7º e 8º Distritos Policiais.

“Oportuno dizer que o registro foi feito na presença da vítima que relatou o ocorrido, tendo inclusive o assinado, e recebido requisição de exame de corpo de delito”, diz o comunicado.

Com informações do G1.

***O texto acima é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal S4.

Fernando Azevedo

Sou formado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário de Votuporanga, SP (UNIFEV), e também sou um entusiasta de jornalismo, escrevendo sobre TV desde meados de 2009, quando comecei o Portal S4. Além disso, nas horas vagas, sou autor com dois livros publicados e diversos e-books disponíveis para venda na Amazon.

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