GHANA: Polícia prende 49 manifestantes que exigiam baixo custo de vida e fim da corrupção no país
A polícia prendeu na quinta-feira (21), cerca de 49 manifestantes que se juntaram a centenas na esperança de protestar na fachada da Casa do Jubileu, a sede do governo.
A detenção ocorreu nas primeiras horas dessa quinta-feira, na estação de transporte 37, no enclave militar da cidade de ACCRA, onde os manifestantes agruparam-se para realização de uma manifestação.
Os manifestantes, vestidos com trajes pretos e vermelhos, pretendiam exigir uma série de reformas, incluindo a redução do custo de vida, o fim da corrupção e melhor governação, mas o sonho dos manifestante, viu-se impedida pelos homens da ordem ganês, por prender cerca 49 manifestantes num autocarro e transportados para a sede da Polícia Regional em Accra Central.
Embora a Policia não pudesse explicar por que prendeu os 50 jovens manifestantes, o motivo pode ser deduzido das interações que se seguiram entre a Policia e os organizadores do protesto anteriormente.
Há poucos dias, depois de os organizadores do protesto terem manifestado a sua intenção de protestar, a Polícia disse ter obtido uma liminar para suspender o protesto.
A Polícia posteriormente divulgou um comunicado, alertando as pessoas para não saírem para protestar em 21 de setembro.
No entanto, os organizadores alegaram não terem recebido qualquer notificação judicial, o que os impediu de embarcar no protesto, daí a sua presença no ponto de convergência esta manhã.
Ao ser transportado de ônibus para a delegacia, um dos organizadores Oliver Barker-Vormawor, , compartilhou um vídeo em suas páginas nas redes sociais, expressando a decepção do grupo com a Polícia.
Vormawor, que já tinha sido preso em outro protesto semelhante, apelou aos advogados de todo o país para prestarem assistência jurídica aos manifestantes detidos.
Já o advogado Sammy Gyamfi, em suas redes socias “vulgo” Facebook, condenou a acção da Policia, dizendo que a prisão não foi apenas ilegal, mas vergonhosa e atrasada.
“A Polícia deveria parar de criar justificações ridículas para a sua ilegalidade. Prender, maltratar, espancar e deter manifestantes pacíficos é simplesmente inaceitável e injustificável“
O Advogado defendeu ainda que a ação da Polícia constituiu um abuso odioso dos direitos humanos fundamentais e não deveria acontecer em nenhum país democrático governado pelo Estado de direito.
“Ainda mais repreensível é o facto de alguns dos manifestantes detidos ilegalmente terem tido os seus telemóveis apreendidos ilegalmente e terem sido sujeitos a espancamentos e a todo o tipo de tratamentos desumanos e degradantes por parte da polícia“, acrescentou.
De acordo com o comunicado de imprensa da polícia ganês que o portal 24 teve acesso no seu número 01 lê-se que: a Polícia prendeu 49 suspeitos de ligação com uma reunião ilegal e violação da Lei da Ordem Pública.
Comunicado do Accra
2. Os 49 suspeitos, que estão atualmente sob custódia auxiliando na investigação, foram presos nas proximidades da Casa do Jubileu e da área do Hospital Militar 37.
3. Esta detenção resultou do flagrante desrespeito ao processo judicial instaurado contra os organizadores do grupo Democracy Hub, que visa proibi-los de embarcar numa manifestação planeada nas imediações da Casa do Jubileu, de quinta-feira, 21, a sábado, 23 de setembro de 2023.
4. Gostaríamos de afirmar que a Polícia não tem prazer em impedir qualquer grupo de se manifestar, uma vez que o Serviço tem um historial de fornecimento de segurança para manifestações no passado. A exceção, neste caso, é o desacordo da Polícia com os organizadores sobre o local, a Casa do Jubileu, ser uma zona de segurança.
5. Tendo em conta o que precede, reiteramos a nossa posição sobre a necessidade de o público em geral, no interesse da ordem pública e da segurança pública, desconsiderar qualquer convite dos organizadores para participar em qualquer manifestação ilegal até que a questão seja determinada pelo tribunal em 26 de setembro de 2023, lê-se no comunicado assinado pela superintendente chefe da polícia e da unidade de assuntos públicos/ar da média ACCRA, Juliana Obeng.
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