Finalmente exposto o romance gay do astro do surrealismo Salvador Dalí!
Salvador Dalí passou grande parte de sua vida promovendo a si mesmo e chocando o mundo.
Ele gostava de cortejar as massas e provavelmente era mais conhecido, especialmente nos Estados Unidos, do que qualquer outro pintor do século XX, incluindo até mesmo o espanhol Pablo Picasso. Ele adorava causar sensação e controvérsia, sendo que no início de sua carreira exibiu um desenho, intitulado Coração Sagrado, com as palavras “Às vezes cuspo com prazer no retrato de minha mãe”.
A publicidade e o dinheiro aparentemente eram tão importantes para Dalí que, mexendo em seu bigode encerado e arrebitado, ele endossou uma série de produtos para comerciais de televisão franceses e americanos. A timidez não fazia parte de seu vocabulário. “Comparado a Velázquez, não sou nada”, disse ele em 1960, “mas comparado aos pintores contemporâneos, sou o maior gênio dos tempos modernos”.
Quando Dalí tinha 25 anos, conheceu sua futura esposa e companheira de toda a vida, Gala. Helena Diakanoff Devulina, mais conhecida como Gala, era russa e casada. Dez anos mais velha do que Dalí, a princípio ficou desanimada com o jeito exibicionista dele, seu cabelo com muita pomada e seu ar de dândi, que incluía um colar de imitações de pérolas. O comportamento dele lhe fazia parecer “um dançarino de tango argentino “. Mas os dois acabaram se sentindo atraídos um pelo outro e, quando o marido de Gala e os outros deixaram Cadaqués, ela ficou com Dalí.

Por causa de Gala, o mundo via Dalí como heterossexual. Mas, na verdade, Gala foi a primeira e única mulher com quem se relacionou. Pouco antes de conhecer a futura esposa, Dalí saiu de um relacionamento intenso e conturbado com outro artista muito famoso: o poeta surrealista Federico García Lorca.
Dalí conheceu García Lorca aos 19 anos, na Residência Universitária, em Madri, durante os primeiros meses de 1923. O pintor foi admitido em 1922 na Academia de Belas Artes de San Fernando.
Em 2013, o pesquisador Vitor Fernández lançou na Espanha o livro “Querido Salvador, querido Lorquito”, onde foram reunidas as cartas de amor entre o pintor e o poeta durante o período de ano de 1923 a 1936, período no qual eles tiveram um caso ao mesmo tempo em que trabalharam em parcerias artísticas.
“Você é uma tempestade cristã que precisa do meu paganismo. Eu vou te dar a cura para o mar. Será inverno e vamos acender o fogo”, diz um trecho escrito por Dalí ao amado. “Você vai se lembrar de que é um inventor de coisas maravilhosas, e viveremos juntos com uma máquina de criar”, respondeu Lorca.
Em 1926 Lorca publicou, na Revista de Occidente, de Madri, a “Ode a Salvador Dalí”, reconhecido por críticos como o mais belo hino à “amizade” já escrito em espanhol.
Dalí daí homenageou Lorca no quadro “O mel é mais doce que sangue”, pintado em 1927, que foi exposto no mesmo ano em Barcelona. A tela chegou a pertencer à estilista Coco Chanel, amiga de Dalí.
O preconceito da época levou Dalí a manter sua homossexualidade escondida atrás de seu casamento com Gala. Mas fotos dos dois juntos comprovam a verdade sobre sua vida amorosa.
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