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Festival Negritudes Globo celebra narrativas negras no audiovisual

Evento reuniu celebridades e personalidades negras para discutir e inspirar

A cidade de São Paulo foi palco da segunda edição do Festival Negritudes Globo, um evento que reuniu celebridades e personalidades negras na última terça-feira (03), para discutir e celebrar as narrativas negras no mundo do audiovisual.

Com mais de 10 meses de preparação, o festival aconteceu na histórica Cinemateca Brasileira e contou com a participação de mais de 40 convidados em três palcos simultâneos. Um público entusiasmado de três mil pessoas participou de palestras inspiradoras, oficinas de mentoria, apresentações de slam, performances de música ao vivo, stand-up comedy, estreias de filmes e debates envolventes. O evento trouxe à tona profissionais da indústria audiovisual, cantores, atores, humoristas e líderes dos movimentos negros, todos unidos para celebrar as conquistas e enfrentar os desafios das narrativas negras no Brasil.

Grandes nomes da televisão, como Samuel Assis, Rodrigo França, Clayton Nascimento, Elisio Lopes e Kenya Sade, estiveram presentes, com transmissão ao vivo do Canal Futura no Globoplay.

Este evento marcou a evolução do Negritudes 2022, que foi realizado internamente na Globo no ano passado. A atividade contou com o prestígio de figuras notáveis, como João Jorge, da Fundação Palmares, o pastor Kleber Lucas, e Willian Reis. A ênfase recaiu sobre o poder da representatividade negra.

Divulgação / Rozangela Silva

A jornalista Maju Coutinho teve a honra de abrir a primeira rodada de conversa, intitulada “Conexão África-Brasil e o Conteúdo que vem da Ancestralidade”, com participações especiais do angolano Licínio Januário, da atriz Taís Araújo e da renomada escritora brasileira Conceição Evaristo.

“É um marco dessa atenção que finalmente nos deram para contar as nossas histórias, do nosso jeito, com as nossas vozes e com os nossos pontos de vista”, declarou Maju Coutinho, emocionando a plateia.

Um dos momentos mais concorridos do festival foi a mesa redonda intitulada “Onde nascem as histórias? O processo criativo”, que explorou como a indústria audiovisual está contribuindo para dar vida às histórias negras. A apresentadora Rita Batista mediou o painel, que contou com a participação de Juh Almeida, diretora, Lázaro Ramos, ator e diretor, Paulo Lins, escritor e roteirista, e Paulo Silvestrini, diretor.

Maju Coutinho com Ivanir dos Santos / Rozangela Silva

Lázaro Ramos ressaltou a importância do evento ao afirmar: “Temos uma cadeia produtiva cada vez mais fortalecida para criar coisas novas. É muito bacana ver no evento a diferença de gerações com seus conteúdos e vivências que influenciam naquilo que vamos produzir”.

O Babalawô Ivanir dos Santos fez a fala de encerramento do festival, enfatizando a importância das narrativas negras e da luta contra o racismo: “Hoje, as narrativas negras têm ressoado, mas nossos passos vêm de longe, há uma história que não foi contada sobre nós mesmos. Temos um legado. Precisamos inventar e reinventar nossas resistências cotidianas contra o racismo e todas as formas de preconceito”.

O festival também apresentou um teaser da série documental “Resistência Negra”, que será lançada em novembro no Globoplay. Com cinco episódios, a série será apresentada por Djonga e Larissa Luz, abordando o movimento negro no Brasil, com direção geral de Mayara Aguiar.

Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus”, destacou a diversidade de vozes no evento: “Todo mundo aqui tem lugar de fala. Isso que é interessante e, também, tem muitos projetos colocando as pessoas pretas em outros pontos, em outros patamares que nunca foram colocados no audiovisual brasileiro”.

Conceição Evaristo, uma das vozes mais influentes da literatura negra no Brasil, descreveu o festival como um “aquilombamento” e duas mulheres do audiovisual, a jornalista Glória Maria e a atriz Léa Garcia, foram homenageadas durante o evento.

O Festival Negritudes Globo abordou diversos temas enriquecedores, como a conexão com a criação África-Brasil, a estética negra nas telas, o afrofuturismo, a música negra brasileira e o desenvolvimento de talentos. O evento também contou com apresentações, debates e entrevistas especiais, incluindo um bate-papo sobre o humor negro e a importância das práticas antirracistas no audiovisual.

***O texto acima é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal S4.

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