Espetáculo “Cálculo Ilógico” entra em cartaz no Teatro Poeira
Autoficção escrita e encenada pela atriz Jéssika Menkel busca uma nova perspectiva para ver o mundo a partir de fórmulas matemáticas
A matemática é utilizada em metáforas em “Cálculo Ilógico”, peça que entra em cartaz no Teatro Poeira, em Botafogo, às terças e quartas de setembro e outubro (05/09 a 25/10), sempre às 20h. No espetáculo, a atriz e dramaturga paulista Jéssika Menkel se apropria de uma dor pessoal e tenta entender esse sofrimento por meio de fórmulas e cálculos. Misturando ficção e realidade, o solo, dirigido pelo premiado diretor Daniel Herz, apresenta o sentimento de inquietação que cerca a nós, humanos, quando nos deparamos com o fim. Os ingressos custam R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia) e podem ser adquiridos neste link.
Com um potente trabalho corporal e um texto intrigante, em que o público embarca em emoções desmedidas, Jéssika dá vida à Ella, personagem que vive em um universo numérico em busca de nova perspectiva para ver o mundo. “Busquei na matemática uma forma de contar também a história da perda do meu irmão. Todo o mundo já perdeu alguém. Quis transformar a dor em arte, ressignificar meu olhar para os acontecimentos da minha vida”, revela a jovem atriz, de 32 anos, que também assina a dramaturgia. Em cena, a personagem relembra, revive, calcula acontecimentos e expõe, em números, a eliminação errada de seu irmão D + 1. “Ella enxerga por meio de uma lógica matemática, analisando a probabilidade dos acontecimentos e buscando razões nos números e nas fórmulas para explicar um cálculo chamado vida”, completa a artista.
Com Mestrado em Artes Cênicas, a atriz e dramaturga vem realizando uma pesquisa a cerca de teatro documentário e autoficção. Em 2017, quando participou do Festival de Cabo Frio “A pastora do lixão” no (prêmios de melhor espetáculo curto pelo júri técnico e pelo júri popular, melhor atriz e melhor concepção cenográfica), conheceu o filho do diretor Daniel Herz, Tiago, que pouco tempo depois a apresentou ao pai, a quem sempre admirou o trabalho, e almejava que a dirigisse em “Cálculo Ilógico”.
“Jéssika me apresentou uma cena curta e fiquei perplexo e, ao mesmo tempo, emocionado com a atuação dela e com a força do texto”, lembra o diretor. “Eu diria que o mais genial dessa dramaturgia é a ficção. A base é uma dor verdadeira da autora que, associada à criatividade, à inteligência e ao talento dela, produziu uma poesia cênica”, define Daniel Herz que apostou no talento da atriz e na potência do texto.
Durante o processo de criação, na sala de ensaio, Daniel Herz realizou diversas provocações dramatúrgicas que fizeram com que Jéssika investigasse memórias, sentimentos, abismos e recortes de sua vida.
A encenação valoriza a força do texto e o trabalho da atriz como principais motores da montagem. O figurino de Thanara Schonardie, que também assina a cenografia, traz fragmentos de diversas roupas, inclusive uma camisa do irmão de Jéssika. O cenário, delimitado por uma fita vermelha, traz poucos elementos, como três cubos, que ao longo da montagem ganham novos significados, e uma bicicleta. A trilha sonora original de Éric Camargo foi composta especialmente para o espetáculo, assim como luz de Aurélio de Simoni fortalece a dramaturgia e insere o público dentro da cena.
A atriz Jéssika Menkel em cena. Crédito: Bia Chaves.
“Cálculo Ilógico” estreou em outubro de 2018 em São Paulo, numa curtíssima temporada no Top Teatro. No Rio, a primeira temporada foi de 12 de abril a 2 de junho de 2019, no Teatro Rogério Cardoso, na Casa de Cultura Laura Alvim.
Sinopse: Sob direção de Daniel Herz, a atriz Jéssika Menkel leva ao palco uma dor pessoal causada pela perda do irmão. Em cena, sua personagem busca uma nova perspectiva para ver o mundo a partir de fórmulas matemáticas.
Jéssika Menkel – autora e atriz
Mestranda em Artes Cênicas pela UNIRIO e graduada em Teatro pela CAL- Casa das Artes de Laranjeiras, Jéssika Menkel é autora e intérprete de “Cálculo Ilógico”. Entre seus últimos trabalhos, está o espetáculo “Meu nome é Ernesto!”, com direção de Felipe Fagundes. A montagem conquistou 27 prêmios em festivais pelo Brasil, sendo nove na categoria melhor atriz.
Foi também indicada na categoria melhor atriz pelo Prêmio Botequim Cultural em 2014, concorrendo ao lado de atrizes como Marieta Severo, Zezé Polessa e Suzanna Faini. Outro destaque é o espetáculo curto “A pastora do Lixão”, com direção de Thiago Greco, em que conquistou 10 prêmios em festivais, sendo quatro na categoria atriz.
Daniel Herz – diretor
Diretor, professor, ator e autor, Daniel Herz é fundador e diretor artístico da Companhia Atores de Laura. Já realizou diversos espetáculos, entre peças teatrais, óperas e eventos comemorativos de relevância cultural.
Suas últimas encenações foram “Iolanta”, “Pedro I”, “Nem todos morrem no final”, “Ópera Mozart e Salieri” (de Rimsky-Kkorsakov) no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (2016); “Ubu Rei”, de Alfred Jarry, no Teatro Oi Casagrande com Marco Nanini, Rosi Campos e os Atores de Laura no elenco (2017); “Perdoa-me por me traíres”, de Nelson Rodrigues (2017), “Fulaninha e Dona Coisa”, de Noemi Marinho, com Nathalia Dill, Vilma Melo e Rafael Canedo (2017) e “Cálculo Ilógico” (2018).
Entre os prêmios e indicações que recebeu destacam-se o Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem na categoria melhor direção pelo espetáculo “Romeu e Isolda”; Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem nas categorias de melhor direção, melhor texto e melhor espetáculo por “Decote”; Prêmio Qualidade Brasil na categoria de melhor direção por “As artimanhas de Scapino”.
Daniel foi indicado aos seguintes prêmios na categoria direção: Shell pelos espetáculos “As artimanhas de Scapino” e “Adultério”; Orilaxé por “O filho eterno”; Cesgranrio por “As bodas de fígaro”; Cepetin por “Fonchito e a lua”; APTR e FITA por “A importância de ser perfeito”, de Oscar Wilde.
FICHA TÉCNICA:
Texto e atuação: Jéssika Menkel
Direção: Daniel Herz
Assistente de direção: Gabriela Checchia e Tiago Herz
Cenografia e figurino: Thanara Schonardie
Assistente cenário e figurino: Natália Fonseca
Iluminação: Aurélio de Simoni
Preparação vocal: Jane Celeste
Direção musical: Éric Camargo
Design gráfico: Bruno Niquet e Sheila Gelsleuchter
Realização : Onda Produções
Assessoria de Imprensa: Michelle Antelo
Serviço:
Peça “Cálculo Ilógico”
Local: Teatro Poeira (R. São João Batista, 104, Rio de Janeiro – Rio de Janeiro)
Datas: Terças e quartas de setembro e outubro (05/09 a 25/10)
Horário: 20h
Ingressos: R$60,00 (inteira) / R$30,00 (meia) https://bileto.sympla.com.br/event/86163/d/212574
Instagram: @calculoilogico
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