As doenças reumatológicas em crianças podem muitas vezes passar despercebidas devido à sua raridade e falta de conscientização sobre sua ocorrência em faixas etárias mais jovens. Por isso, conversamos com a coordenadora da Comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Reumatologia, Dra. Anna Carolina Gomes Tavares.
A especialista esclarece os principais sinais de alerta que os pais e cuidadores devem estar atentos, a importância do diagnóstico precoce, os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde e as abordagens terapêuticas disponíveis para melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas por essas condições.
Sinais de alerta e necessidade de avaliação médica
Crianças com possíveis doenças reumatológicas frequentemente apresentam sintomas que podem ser confundidos com outras condições, tornando o diagnóstico um desafio. Segundo Anna Carolina os pais e cuidadores devem estar atentos a uma série de sinais de alerta. “Dor e inchaço nas articulações, recusa em brincar devido à dor, desconforto noturno, deformidades articulares visíveis, febre inexplicada, perda de peso repentina, aumento dos linfonodos, lesões de pele persistentes ou recorrentes, queda de cabelo, fraqueza muscular, urina com espuma e alterações nas provas de inflamação”, explica.
A especialista destaca que “diante desses sinais, é crucial procurar avaliação médica com um pediatra, que, se necessário, encaminhará a criança a um reumatologista pediátrico para uma investigação mais aprofundada”.
O tratamento quando iniciado precocemente não apenas controla a progressão da doença, mas também previne possíveis danos permanentes associados à doença e aos tratamentos. Ela enfatiza que evitar deformidades articulares, lesões de pele cicatriciais, insuficiência renal e danos cognitivos é mais viável quando o diagnóstico é feito e tratado precocemente.
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Desafios na identificação correta e superação dos obstáculos
Identificar doenças reumatológicas em crianças pode ser um desafio devido à sua raridade e à falta de conhecimento sobre essas condições em idades jovens. Anna Carolina aponta que o desconhecimento sobre a existência dessas doenças e a demora no encaminhamento para especialistas são obstáculos comuns.
Para superar esses desafios, ela ressalta a necessidade de disseminação do conhecimento entre os profissionais de saúde, treinamento específico para reconhecimento dessas doenças e melhor acesso a especialistas tanto na rede pública quanto privada. “Estes desafios podem ser superados com a disseminação do conhecimento, treinamento de grupos de profissionais de saúde na identificação destas doenças e melhores condições de acesso aos especialistas”, aponta.
Tratamento adequado e melhoria da qualidade de vida das crianças
O tratamento adequado é um pilar fundamental no manejo das doenças reumatológicas pediátricas. A médica destaca que um tratamento bem administrado não apenas controla a doença, mas também reduz o impacto negativo na qualidade de vida das crianças afetadas. “O tratamento abrange tanto abordagens medicamentosas, quanto não-medicamentosas, como atividade física, reabilitação, apoio psicoterapêutico e suporte familiar. Dependendo da doença e suas manifestações clínicas, pode ser necessário o acompanhamento com outras especialidades médicas.”
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