Cientistas descobrem biomarcador da doença de Parkinson que promete revolucionar o diagnóstico da doença
Um novo método de detecção de um importante biomarcador da doença de Parkinson foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, em artigo publicado pela revista científica The Lancet Neurology, e pode ajudar a facilitar o diagnóstico da doença de Parkinson, antes mesmo do surgimento dos sintomas.
De acordo com o neurocirurgião especializado em Parkinson, Dr. Bruno Burjaili, a descoberta abre novas possibilidades para o diagnóstico da doença e facilita o acesso de pacientes a tratamentos de forma precoce.
“Dentre os vários fatores que contribuem para o surgimento da doença de Parkinson, um dos mais importantes é a alteração de um uma proteína chamada alfa-sinucleína, que não consegue se dobrar corretamente; esse ‘defeito’ pode ser detectado atualmente em exames post mortem, no entanto, com esse novo método, pode ser possível detectá-la ainda em vida, e mais, antes da manifestação dos primeiros sintomas”.
“Através da análise do líquido cefalorraquidiano foi possível determinar esse biomarcador em 93% dos casos, mostrando-se bastante sensível para identificar essas alterações, abrindo possibilidade para se tornar rapidamente um exame preciso para Parkinson. Essa pode ser uma das descobertas recentes mais importantes no diagnóstico da doença” Afirma Dr. Bruno Burjaili.
“Esse método poderia permitir o acesso de pacientes a tratamentos preventivos de forma precoce, quando eles existirem, como ele ainda necessita de uma punção lombar, ou seja, o que é conhecido popularmente como ‘retirar líquido da espinha’, o próximo passo seria aperfeiçoá-lo para que fosse realizado por meio de exame de sangue, reduzindo o desconforto“
“Outro passo importante para a evolução do método seria conseguir quantificar a presença dessa proteína alterada, o que poderia funcionar como uma espécie de ‘métrica’ para comparar e acompanhar tratamentos, eventualmente” Pontua Dr. Bruno Burjaili.
O ensaio analisou mais de mil amostras e foi capaz de identificar alterações na proteína alfa-sinucleína em 93% dos pacientes com Parkinson, e apresentando resultados positivos apenas em 5% dos pacientes saudáveis, o que sugere uma alta assertividade do método na detecção da doença, com grande utilidade prática.
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