Nos próximos cinco anos, pode acontecer uma mudança de liderança na Rússia. Isso é previsto por Mikhaïl Khodorkovski, um opositor e bilionário russo que atualmente vive no exílio em Londres. Em uma entrevista ao jornal Le Figaro, Khodorkovski menciona que a invasão da Ucrânia pode levar à queda de Vladimir Putin.
Ele também destaca que nem toda a população russa apoia o governo, como evidenciado pelo apoio positivo a grupos paramilitares, como a milícia Wagner, quando eles se aproximaram de Moscou. Khodorkovski aponta para a falta de unidade nas Forças Armadas russas durante essa operação como um sinal de fraqueza do regime.
Khodorkovski acredita que se o Kremlin continuar enfrentando dificuldades no campo de batalha, os generais russos podem não assumir a responsabilidade e podem tentar encontrar um bode expiatório. De acordo com o bilionário, que é defensor da democratização na Rússia, “a diáspora russa e esses emigrantes desempenharão um papel muito ativo nesse processo”, desde que os primeiros sinais de queda do regime apareçam.
100 MIL CRIMES DE GUERRA
O jornal francês Libération relata que desde o início do conflito em fevereiro de 2022, foram documentados pelo menos 100 mil crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia. Isso é resultado do trabalho minucioso de civis ucranianos e de uma rede de ONGs e instituições estrangeiras que coletam evidências para incriminar as forças russas.
Essas investigações são conduzidas por cidadãos ucranianos, incluindo advogados, jornalistas, especialistas em TI, pesquisadores e professores, que se uniram para documentar atrocidades em todo o país. Alguns grupos começaram a investigar em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e a guerra no Donbass começou, enquanto a maioria foi formada após a invasão russa no ano passado.