O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), mostra-se revoltado e surpreendido com número elevado de jovens fora do sistema de ensino e com a subida das propinas de forma galopante nas escolas privadas pleno ano lectivo 2023/2023, que arranca nesta Sexta-feira, 1º de setembro, em todo território nacional.
Na voz do presidente do Movimento de Estudantes Angolanos, Francisco Teixeira, durante a uma entrevista radiofónica, diz estar acompanhar com alguma preocupação as movimentações de agressão da ANEEP em conluio com o Ministério da Educação e Ministério das Finanças, de forma unilateral tem estado a reunir de forma secreta sem intervenção das organizações da sociedade civil no sentido de criarem condições para mais uma vez aumentarem o preço das propinas no ensino privado a uma margem de vinte por cento.
“Nós não vamos aceitar todo tipo de atitude que visa a comercialização do ensino”.
Francisco Teixeira, avança ainda que o Movimento de Estudantes, está constantemente a reclamar sobre a subida de propinas nas escolas acusando o ministério da Educação de ter criado uma reunião às madrugadas a fim de tirarem proveito do ano lectivo para subirem com os preços das propinas.
“Foram eles como delinquentes que provocaram-nos, eles aproveitaram-se do ano lectivo para a noite reunirem de madrugada sem presença da sociedade civil e sentenciando os nossos preços, até agora não há qualquer autorização do Ministério das Finanças que autoriza os colégios e as Universidades subirem os preços, quer os colégios quer as universidades já subiram o preço”.
DENÚNCIAS NÃO ATENDIDAS
Quanto as denúncias feitas aos órgãos competentes, Francisco Teixeira, diz ter notificado várias vezes a Procuradoria-geral da República (PGR) e Serviços de Investigação Criminal (SIC), a fim de prenderem os directores das Universidades e Colégios por violarem a lei que autoriza alteração de preço.
“Escrevemos várias vezes ao SIC e PGR para prenderem os diretores das Universidades e dos Colégios, não fomos atendidos, o departamento de preço até agora não fez nenhum comunicado sobre alterações de preço, a PGR quando é para aprender pessoas pobres, pessoas indefesa, eles têm poder para ir pra lá. Por que não vão no ISIA? Por que não vão nos grandes colégios?” Lamento o líder do MEA.
GOVERNANTES DISFARÇADOS DE EMPRESÁRIOS
O MEA na voz do seu presidente afirma existir governantes disfarçados de empresários, alegando a existência da maioria dos Colégios e Universidades de ensino privado ser dos governantes angolanos.
“Eles pensam que em pleno século vinte e um, precisam de nos extorquir e humilhar, nós conhecemos essas pessoas que têm colégios, a sua excelência ministra da educação tem vários colégios, alguns secretários de Estado também têm colégios, dentro em breve vamos fazer sair uma lista de todos os funcionários do Estado que têm colégio, são eles que estão a retardar o futuro do país na ambição desmedida” rematou o líder do movimento dos estudantes angolanos Francisco Teixeira.
Já o secretário do Movimento de Estudantes Angolanos, Jonas Damião, em Luanda, lamenta a situação e diz existir mais de Cinco Milhões de crianças fora do sistema de ensino em Angola, sendo um exercício que tem aumentado diariamente.
“Este ano a situação piorou, pois agora todo o mundo entrou na candonga da educação, quando comunicamos as autoridades, ninguém faz nada. Eu não consigo entender onde é que os nossos governantes querem levar este país”.
Jonas Damião, alerta ainda que dentro de alguns dias o Movimento de Estudantes Angolanos, estará defronte ao Gabinete Provincial da Educação, abrindo uma sala de Ar livre, exigindo da Ministra o enquadramento dos jovens que se encontram fora do sistema de ensino.
“Vamos exigir a senhora ministra que encontre lugar para essas pessoas, ninguém vai ficar sem estudar por causa dos caprichos deles”, salientou o secretário do movimento dos estudantes angolanos Jonas Damião.
Na quinta-feira, (31), de agosto, o governo angolano apresentou a regra de reajuste, através da qual as instituições privadas de ensino geral e universitários alterarem a tabela de preços das propinas.