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Analise: Aquaman 2, refilmagens e o futuro da marca DC nos cinemas

Aquaman 2 enfrenta terceira rodada de refilmagens retirando a participação do Batman no longa metragem, levantando suspeitas se tantas modificações não estão prejudicando o filme.

Imagem: Divulgação/Warner Bros

Não é de agora que as complicações envolvidas na produção de Aquaman e o Reino Perdido tem levantado a preocupação de alguns fãs sobre a qualidade do longa. O filme já havia enfrentado adiamentos e duas rodas de regravações decorrentes das péssimas reações recebidas em exibições testes. E nesse último mês de junho, sob a gestão dos atuais CEOs da DC Films, James Gunn e Peter Safran, o longa passou pela sua terceira rodada de refilmagens.

Uma reportagem detalhando as mais recentes regravações foi divulgada pelo site The Hollywood Reporter nesta última quarta-feira (19). De acordo com a matéria, as recentes refilmagens teriam o objetivo de retirar qualquer participação do Batman em Aquaman 2. Aparentemente Gunn e Safran não querem prometer ao público a continuação de um universo que não dará mais frutos, muito menos amarrar demais o filme às falhas do passado.

O que a principio parece indicar uma preocupação do estúdio com o longa, visando que o mesmo seja recebido pelo público como um filme de herói independente de um universo, aos moldes do que foi visto em Coringa (2019) e The Batman (2022). A reportagem chega até a citar que algumas pessoas estão otimistas de que o fato da Warner ainda estar disposta a gastar com o filme indicava que eles ainda acreditavam no potencial da obra. Mas será mesmo?

Imagem: Divulgação/Facebook James Wan

Segundo a matéria, originalmente a ideia do filme era trazer a participação do Batman de Michael Keaton dando continuidade aos eventos vistos em Flash e abrindo as portas para que o personagem servisse como uma espécie de “Nick Fury” do antigo-novo universo DC.

Porém, com as falhas na exibição teste, a fusão da Warner com a Discovery e a primeira mudança das cabeças responsáveis pelo DCEU (DC: Extended Universe), foram feitas novas gravações com Ben Affleck como Batman buscando uma outra visão para reformulação do universo. Entretanto, pouco tempo depois James Gunn e Peter Safran viriam a ser escolhidos como os atuais responsáveis pela reformulação do novo universo que agora se chamará apenas DCU (DC Universe), mudando mais uma vez a visão criativa do universo compartilhado.

Imagem: Instagram Jason Momoa (Ben Affleck a esqueda)

Gunn e Safran tomaram uma postura mais radical em relação aos seus antecessores e decidiram que o melhor a se fazer era recomeçar todo o universo cinematográfico DC do zero (ou quase todo universo), numa atitude muito conhecida na cultura pop como “reboot”, literalmente um “reinício” de tudo.

O anúncio do reboot foi feito em janeiro desse ano, enquanto o estúdio ainda teria quatro filmes da gestão anterior para lançar em 2023. O que acabou apagando de vez qualquer entusiasmo do público em continuar acompanhando um universo cinematográfico que já vinha recebendo inúmeras críticas pela baixa qualidades dos filmes.

No primeiro semestre do ano, ficou muito claro que todas as fichas da Warner apostavam em um sucesso absoluto de Flash, o filme era amplamente promovido como o melhor filme de super-herói da DC desde de Cavaleiros das Trevas e que o longa abriria as portas para o reboot de James Gunn. Mas Flash acabou sendo um fracasso de bilheteria e recebeu muitas críticas negativas do público, dependendo das vendas de produtos licenciados para cobrir os custos do filme, que passou por inúmeras reformulações tal como Aquaman e o Reino Perdido.

Imagem: Divulgação/Warner Bros

A decisão de anunciar um reboot no começo do ano, deixou claro que Shazam 2, Flash, Besouro Azul e Aquaman 2 passaram a ser visto pelo estúdio como pesos mortos de um passado ruim do qual eles queriam se livrar logo para que novos projetos iniciassem.

Contudo, os resultados negativos de Flash parecem ter surpreendido a empresa, e a tentativa de tornar Aquaman e o Reino Perdido desconexo de qualquer universo soa como uma tentativa de contenção de danos de um possível prejuízo financeiro que o longa possa gerar.

Por um lado, parece uma boa ideia abandonar de vez esse universo caótico, mas por outro, faz pensar se tudo não está contribuindo para manchar ainda mais a imagem da marca DC nos cinemas.

O publico Nerd está claramente esperançoso, principalmente após os anúncios de David Corenswet como novo Superman e de todo elenco de seu filme. Mas a grande massa, que a real responsável pelas altas bilheterias que incentivam os acionistas a financiar os filmes com incríveis efeitos de produção, será que realmente confia na marca?

E será que mesmo em 2025, onde Superman: Legacy inaugurará o reboot, o grande público terá tanta confiança de que um filme da marca DC é bom? De que vale a pena acreditar e acompanhar um novo universo?

***O texto acima é de inteira responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal S4.

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