A Casa de Bambas recebe Pacari Pataxó em duas oficinas gratuitas

Nos dias 11 e 26 de maio, a “A Casa de Bambas”, em Cordovil, promoverá oficinas sobre a cultura indígena da etnia Pataxó com Pacari Pataxó, que fará atividades culturais aos que desejam aprender grafismo e brincadeiras lúdicas. Os participantes aprenderão a preparar suas tintas, além de fazer pinturas artísticas corporais dos pataxós, gratuitamente.

A iniciativaIndígenas: Arte e Cultura dos Nativos do Brasil”, contemplada pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal de Cultura via edital FOCA – Fomento à Cultura Carioca é do capoeirista Mestre Jagunço, indígena Xokó, realizada em parceria com A Casa de Bambas”, e tem levado muita cultura a crianças e jovens da região, gratuitamente, com a proposta de reforçar a importância de ensinar as crianças sobre o respeito às diferentes culturas, oferecendo a cada mês um aprendizado com etnias indígenas diferentes.

Os povos pataxós vivem no extremo sul do Estado da Bahia, em 36 aldeias distribuídas em seis Terras Indígenas – Águas Belas, Aldeia Velha, Barra Velha, Imbiriba, Coroa Vermelha e Mata Medonha, situadas nos municípios de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Itamaraju e Prado.

Nas oficinas, Pacari Pataxó ensina a fazer a tinta, além de pintar com pigmentos naturais, a base de Genipabu, fruta bastante consumida na Amazônia, na Mata Atlântica e em regiões do Cerrado. Os alunos participarão de uma demonstração do preparo da tinta e depois de pronta, quem desejar, poderá se pintar, vivenciando ainda mais a cultura Pataxó. A segunda oficina será sobre como construir um apito, que depois de pronto, Pacari entoará os sons dos pássaros para divertir a meninada, em uma aula lúdica, que despertará a criatividade dos alunos.

 Pacari Pataxó, referência como arte-educador indígena que faz da arte-educação uma experiência de vida. Nascido na Aldeia-Mãe de Barra Velha, primeira aldeia do povo Pataxó, extremo sul da Bahia, foi criado em sua cultura como nativo pataxó, de costumes e tradições ancestrais, e guarda o conhecimento e respeito por seus antepassados e a natureza (fonte de vida e sustento).

Veio ao Rio de Janeiro em 2007, aos 24 anos, onde foi acolhido no antigo Museu do Índio (Aldeia Maracanã). Ali, por seis anos, conheceu várias etnias indígenas brasileiras, tendo se destacando como representante dos povos indígenas, que luta por direitos e influência nos debates de políticas públicas atuais.

Desde 2009, leva cultura, visibilidade e o conhecimento de sua tribo, para diversas escolas, em todo Brasil, fazendo parte de uma história de resistência.

 Janaina Bemvindo, diretora da ACA, produtora cultural e também capoeirista, casada com Jagunço, acredita que a cultura dos povos indígenas faz parte da história do Brasil, e não pode estar em pauta apenas no dia 19 de abril. “É preciso gerar ações, rodas de conversas e incluir a história destes povos na grade curricular, para que tenhamos conhecimento sobre todos os povos do nosso país. Diminuí-los, retirando-os de nossa rotina, é ignorar parte da nossa história”, conta.

Janaina é afro-indígena pertencente da Ressurgência PURI, Etnia do Sul do Rio de Janeiro que foi considerada extinta por conta do silenciamento histórico que os indígenas fluminenses foram impostos, ainda revela que em breve o espaço abrirá a oportunidade para escolas de todo Rio, se inscreverem para as aulas em campo, para que vivenciem uma experiência memorável, e rica de cultura. As informações estarão no Instagram @acasadebambas.

Indígenas: Arte e Cultura dos Nativos do Brasil – Oficina de Grafismo e Brincadeiras lúdicas

Oficinas: 11 (quinta-feira) e 26 de maio(sexta-feira)

Local: Estrada Porto Velho, 199, fundos. Cordovil. Rio de Janeiro

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