Repórter Record Investigação 02/03/2023: Operações de combate ao trabalho escravo
Repórter Record Investigação mostra o combate ao trabalho escravo
O Repórter Record Investigação desta quinta-feira, 02 de março, chega com uma reportagem que mostra o combate ao trabalho escravo.
Durante dez dias, os repórteres Rogério Guimarães, Giselle Barbieri e Leonardo Medeiros acompanharam auditores fiscais em operações de combate ao trabalho análogo à escravidão em carvoarias do estado de Minas Gerais, líder no resgate de trabalhadores.
Você vai ver flagrantes das condições desumanas. Em algumas situações, os carvoeiros passam meses sem receber salário, alojados em moradias precárias, muitas vezes em dívida com quem os contratou. Além da falta de equipamentos de proteção, o que pode afetar gravemente a saúde. A edição é de Rodrigo Favero.
São centenas de quilômetros atrás de carvoarias denunciadas. Muitas vezes, em estradas que não existem no mapa.
Por isso, os auditores do Ministério do Trabalho precisam de ajuda da tecnologia para conseguir encontrar a produção ilegal de carvão vegetal. Estamos na Serra do Cabral, interior do estado.
De cima, as lentes do drone mostram uma grande carvoaria. São mais de 50 fornos. Seguimos por terra. Ao chegar na carvoaria, encontramos um trabalhador tomado pelas cinzas. Ele e os outros funcionários não têm banheiro, vivem em acampamentos improvisados e bebem água imprópria para consumo.
“Eu trabalho de domingo a domingo, sem dia de folga, para ganhar R$ 2 mil”, revela Ivanilson, que se arrepende de ter deixado o emprego em um lava jato para trabalhar na carvoaria. “Fora que estou longe da minha família”, completa.
Você vai ver no programa o desfecho dessa operação.
Nos últimos dez anos, Minas Gerais é campeão no resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão. E entre 2013 e 2022, mais de 6 mil pessoas foram encontradas em condições sub-humanas de trabalho no estado. Boa parte em carvoarias.
Em outra operação, no centro-sul de Minas, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho avalia as condições de mais uma carvoaria.
Divino tem 56 anos. Está na produção de carvão vegetal há dois meses e ainda não recebeu salário. “Estou 60 dias sem ganhar nada, emendo direto, de domingo a domingo, eu não paro. Não tenho dinheiro para mandar para minha família”, conta.
Um outro carvoeiro, que prefere não se identificar, diz que não recebe salário porque ainda não pagou a dívida que tem com o contratante. “Eu ainda estou devendo para ele a passagem de ônibus que ele pagou para mim da minha cidade para cá”.
E mais: nossos repórteres reencontram trabalhadores que foram resgatados em operações que acompanhamos. Como será que eles estão hoje? Será que em melhores condições de vida?
O Repórter Record Investigação começa logo após mais um capitulo de Vidas em Jogo, não perca!
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